segunda-feira, 25 de março de 2013

O dia em que se muda de opinião





Eu andei reparando algumas coisas no último tempo. Poderia contar tudo como uma pequena historinha, mas acho que vou descrever tudo o que eu tenho pensado. Assim talvez seja mais simples. É engraçado quantas vezes colocamos frases no estilo "Eu nunca [...]" em nossas cabeças. Eu andei reparando que isso é basicamente um convite para o Destino responder um "É mesmo? Interessante!" e fazer uma pequena "avacalhação" com os seus planos. Não uma avacalhação propriamente dita. Só uma brincadeira, para ensinar a nunca se limitar, para mostrar que as possibilidades estão aí e que o que tu fala pode significar muito pouco.

Um exemplo? Talvez você consiga pensar em algo que aconteceu na sua própria vida que você mesmo tenha falado que nunca faria. Ora, a parte mais difícil é admitir que você tenha soltado um "Eu nunca" e ele se realizou.

Eu mesmo posso falar que tive a minha própria experiência de "Eu nunca". Preferências mudam, o pensamento das pessoas mudam. Essa é a verdade. O problema é que podemos ferir pessoas que gostamos muito sem querer fazê-lo, porque pensávamos coisas diferentes no passado. De todo o modo, acho que o post de hoje é para falar o quanto queimamos a língua falando besteira, o quanto ferimos as pessoas dizendo uma coisa que não é mais verdade e o quanto as outras pessoas também mentem para si mesmas sobre certas coisas.

E sabe o que podemos fazer no fim para mudar isso? Acho que não muita coisa. Claro, você pode pedir desculpa. Mas qual a diferença entre uma desculpa e uma ação? Você pode mudar o seu comportamento, mas como provar que essa é a nova verdade? Tempo? E se você não tiver tanto tempo assim? O tique taque não para e alguém pode não querer esperar o tempo que pode ser esperado. Momento, dinamismo...

"Nunca" é uma palavra que eu quero abolir do meu vocabulário. Eu pensei que nunca faria intercâmbio e agora cá estou eu. Eu pensei que não conseguiria chegar numa univerisdade top no intercâmbio e... Eu pensei que não namoraria em intercâmbio e... bang, cá estou eu. As coisas acontecem na nossa vida e na maioria vezes temos controle nenhum sobre elas. No máximo temos a ilusão de ter controle. Acho que seguir o fluxo é a escolha natural... Aceitar o que for "jogado" na gente.

Sou um pouco contra apenas seguir o fluxo. Acho que podemos fazer mínimos desvios, lutar, perseverar. Acho que os pequenos desvios se acumulam e podem virar algo diferente, um rumo completamente novo. Pode ser ingênuo, pode ser bobinho... Mas eu não perderia uma oportunidade de tentar mudar o fluxo, mesmo que fosse uma ilusão, pelo o que eu acredito.

Acho que como a imagem diz, é preciso de mais coragem para mudar uma opinião do que mantê-la. Mesmo que o "NOW" possa vir um pouco atrasado por causa do "TOMOR" acho que nunca é tarde.

Enquanto isso, o destino vai rir um pouco de nós, assim como ele ri de todos. E teremos que aprender a não dizer nunca nunca mais.

sexta-feira, 8 de março de 2013

O dia em que eu fui esquiar.


O dia não havia começado muito bem. O ônibus atrasou, a fila pra pegar os esquis estava gigante (tive que esperar duas horas sentado fazendo nada) e, além disso, a aula que eu tinha pago para ter eu não teria. Logo, lá estava eu com meus esquis sem ter a mínima ideia do que fazer. PS: Estava ventando e nevando. Não a neve bonitinha, mas a neve que cai em você e gruda. PS2: Eu não tinha levado cachecol e nem tinha óculos de proteção. Mas isso não significou de modo algum que o dia seria ruim, pelo contrário.

Tudo bem que eu não tinha a mínima ideia de como esquiar, de como sequer seriam os movimentos necessários para acelerar ou frear. Mas por sorte tinha essa amiga que mostrou o basicão, falou como fazer curvas e me levou logo para a pista lá em cima (level easy, por favor) para começar a descer de uma vez. Isso mesmo, nada de pista de bebês. Whoa. Senti frio na barriga quando o teleférico não parava de subir.

(http://www.facebook.com/photo.php?v=444221742322967&set=vb.100002054350387&type=3&theater)

Não foi muito simples no começo... eu inclusive fui muito para um lado e bati na cordinha limite e afundei em um "condensado de neve fofa", mas isso foi só nos trinta primeiros segundos de esqui. Depois foi treinar freadas. Repetir, repetir, repetir. No fundo o segredo é sempre esse. Lentamente fui descendo todo o percurso.

Aqui fica uma observação: esquis pegam velocidade MUITO rápido. Chegava a ser bizarro. Uma hora parado, na outra pegando velocidade absurdamente rápido. Do tipo "cara, se eu não parar agora e pegar mais velocidade, naquela curva ali eu vou morrer!". É divertido, dá aquele friozinho na barriga! A solução para isso é bem simples: cair de bunda. Sim. Se arrastar na neve. A parte boa é que como tu tá totalmente coberto, tu recebe mesmo a pancada no impacto e não por ficar se arrastando (vulgo: você não vai 'ralar' nada). Logo, aprendendo a cair "direito", você nem se machuca.

Após a primeira descida da "montanha", eu já estava com algum jeito. Virar para um lado, para o outro, frear e etc. É bem legal quando você começa a pegar o controle das coisas, para poder aumentar a velocidade. E você sente aquela neve gelada batendo no seu rosto, enquanto o vento também batendo em seu rosto. 

Não é uma simples sensação de estar descendo uma montanha rápido. Você está muito rápido, vendo a paisagem mudando a sua volta. Seu corpo está quente e você nem percebe mais se sua mão está congelando ou não. Seus olhos estão atentos, mesmo com a neve batendo em seu rosto. A adrenalina toma conta do seu corpo. Você está animado, entusiasmado, sentindo aquela ânsia de arriscar, mas controlando tudo com precisão. Cada movimento é calculado, cada curva, cada pequena mudança de velocidade. E naquele momento você esquece qualquer problema que você podia carregar e consegue se concentrar apenas naquilo. Sua mente fica vazia, enquanto você sente o seu corpo deslizar por sobre a neve.

Talvez seja por isso que eu achei esquiar tão legal. :)