quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Por que eu gosto de videogames? Parte II

BANG!

Você acorda numa espécie de quarto, sozinho. Sua cabeça dói. Você está meio tonto, mas se levanta. Você começa a examinar o lugar. Uma beliche, um espelho, um pequeno armário, uma maleta sobre a cama. A maleta está fechada.

Você se aproxima da porta e toma um susto. BANG!

Um grande 5, pintado em cor vermelha - realmente parecido com sangue - está escrito por cima da porta. Ela está trancada. Perto da fechadura, existe uma espécie de leitor de cartões. Nesse momento você percebe que em seu pulso existe uma espécie de relógio com um grande "5" desenhado. O que tudo aquilo significa?

Imerso nas dúvidas, você ouve o barulho de vido estourando. A única janela do seu quarto - que mais parecia uma escotilha - estourou! E agora, a água jorra para dentro do seu quarto. Você tem no máximo cinco minutos para escapar...

Mas uma memória volta para a sua mente: Você estava em seu quarto, sozinho, preparando-se para dormir, quando ouve o barulho de vidro quebrando. Lentamente, uma fumaça branca toma conta do lugar e tudo o que você vê é um indivíduo com uma máscara de gás andando na sua direção...

É assim que um dos meus jogos preferidos, 999: Nine Hours, Nine Persons, Nine Doors começa! Esqueçam aquela coisa de apertar botões loucamente, de pegar os equipamentos certos para o personagem ficar forte... o foco aqui é totalmente a história. Como vocês podem ver, o jogo tem uma brincadeira com os números... vamos falar um pouco sobre o enredo.

Você é Junpei, um estudante japonês que foi sequestrado por um indivíduo denominado "Zero" para participar do "Nonary Game". Mas, peraí! Você descobre que não está sozinho no jogo! Existem outras oito pessoas, totalizando nove e adivinha só... Cada uma carrega um relógio que nem o seu, mas com números entre 1 e 9! E, logo no começo, você encontra outras duas portas, com dois números diferentes!

O jogo funciona da seguinte maneira: Grupos de 3 a 5 pessoas devem ser formados para abrir as portas e atravessar os desafios de cada sala, até elas encontrarem a porta com o número 9 para sair. Mas aí tá um detalhe legal: Para abrir a porta 7, por exemplo, a soma dos dígitos dos participantes deve ser "7". Um exemplo seria o time com o "3, 4 e 9", já que 3+4 = 7 + 9 = 16 => 1 + 6 = 7! Como formar o time certo para atravessar a sala, superar o desafio e ainda abrir a porta 9 no fim?

9 pessoas, 9 portas... E você ainda tem só 9 horas para escapar!

Por que aquelas pessoas estão ali? É uma das primeiras perguntas que você se faz.
Qual a relação delas com o jogo? É mais uma.
Posso confiar nessas outras pessoas? Você se pergunta isso durante o jogo todo!

Da esquerda para direita: Lótus (8), Seven (o grandão, 7), Santa (3), June (6), Junpei (5), Ace (1), Snake (2), Clover (4) e O Nono (9). Em quem você pode confiar? Julgará pelas aparências? Boa sorte...

É muito difícil não dar spoiler sobre o jogo, já que o foco dele é realmente na história!

Uma curiosidade sobre o Léo: Ele se RECUSA a ficar jogando videogame até tarde. Ele prefere ir dormir. Para esse jogo, eu tive que abrir uma exceção. Enquanto estava no final dele, eu devo ter jogado das 18h até as 2h da manhã, porque cada MALDITO SEGUNDO tinha uma reviravolta e revelação na trama, de tão sinistra que ela estava. Cada personagem tem uma história envolvendo algum aspecto do jogo Nonário...

Por exemplo, logo no começo você descobre que você está em um navio que está afundando! Mas peraí... não é um navio qualquer... é o TITANIC. Okay, okay, não é o Titanic, é um "navio irmã" dele, o chamado Gigantic, que foi inclusive utilizado na primeira guerra mundial. Sabiam desse papo de "navio irmã" ? São navios fabricados no "mesmo molde", mas que são usados de maneira diferente... Se tu acha que é sacanagem minha, acesse o link e leia!

O jogo começa a misturar a "parte do jogo" com um pouco de "história real", o que, na minha opinião, dá um ar muito mais divertido ao jogo. E essa é só a primeira das "coincidências" que a trama começa a lançar... Querem mais um exemplo? Já ouviram falar da história da múmia do Titanic? É pessoal...

O jogo então, começa a misturar essas "lendas urbanas", com um pouco de ficção (já ouviram falar sobre ICE-9, o gelo que derrete apenas a 45ºC ?), misturando tudo de uma vez só, jogando na trama e usando isso para pouco a pouco fazer uma história bem encaixada e complicadíssima de ser explicada...

Eu poderia tentar falar mais, muito mais sobre o jogo, descrever cada personagem, suas ligações, mas o que eu recomendo mesmo é jogar o jogo. Ele segue o estilo "visual novel" (algo como uma história que você vai simplesmente acompanhando e tomando as decisões) e não é preciso ser um hardcore player para se dar bem nele. Afinal, é bem comum que, por pegar um caminho errado na história, você morra algumas vezes.

Esse, aliás, é o único pronto que eu critico no jogo: Quando você pega um caminho errado e acaba morrendo no fim, você meio que desanima... Eu pessoalmente tive a sorte de fazer o "caminho bom" e o "caminho verdadeiro" antes de me divertir vendo como o personagem morria nos finais "errados".

Aliás, o modo como a história é contada é sensacional. A narração do jogo realmente faz você se sentir dentro do jogo, a trilha sonora é muito boa, os momentos de tensão são sensacionais, além da evolução dos personagens encarando aquela complicadíssima situação para sobreviver... A única parte negativa é que os quebra-cabeças podem ser meio chatos, do tipo "isso aqui tá ficando chato já", mas é pensado de modo que os personagens vão te ajudando, em caso de dicas, caso você comece a demorar muito!

Joguem, joguem e joguem! Recomendo! Afinal, restam apenas 9 horas!

PS: Tenham medo da Clover.

PS2: Para vocês terem noção, o jogo não é "Jogos Mortais"! Lá pro final do jogo, depois de conhecer a história dos personagens, você percebe que o menos importante talvez seja o objetivo de "sair do Navio", mas sim "descobrir toda a verdade que cerca o Nonary Game".

PS3: Se for jogar, prepare-se para ser apresentado à teorias científicas um tanto quanto interessantes.

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