quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Por que eu gosto de ler? Parte I

Alerta: esse post contém palavrões que podem ter sido ou não censurados.

Posso dizer que eu estava "seco" para escrever um post sobre livros e não tenho ideia porque eu demorei tanto tempo para fazê-lo! Talvez fossem outros assuntos que surgissem no momento, fazendo com que minha "criatividade" ficasse um bloqueio. Mas então a oportunidade vem e agora eu estou motivado para escrever sobre livros que eu li. Tenho em mente um ótimo livro para começar.

WINTER IS COMING

PORCARIA NENHUMA!


Quero falar sobre um livro que pode até ser "alguma coisa parecido" com o famoso "Game of Thrones", mas que tem um "foco" completamente diferente. "As Crônicas de Arthur" (The Warlord Chronicles, em inglês) é uma trilogia que fala sobre o Rei Arthur? Pare clichê? Provavelmente é, mas logo logo mostrarei com o livro quebra esse clichê.

A trilogia é formada por "O Rei do Inverno", "Inimigo de Deus" e, como não podia deixar barato na Lenda de Arthur... "Excalibur".

Então, vamos começar com os motivos de eu gostar desse livro. 

Eu sempre fui um pouco preconceituoso com a Lenda do Rei Arthur. Okay, okay, o cara podia ser legal, tirava a espadinha da pedra, o Merlin soltava uns hadoukens de vez em quando e tudo era belo e tal. Qual a graça disso? Já vi várias histórias como essas. Lancelot, claro, era um cavaleiro muito belo, galanteador e a Morgana uma linda mulher, de longos cabelos negros, fria e calculista, encantando todos com a sua beleza e inteligência...

CHA-TO! Acho que dessa "versão clichê" que eu mais odeio é a Morgana. Put* que me pariu de personagem feminino "frio e calculista", "sem coração" e "manipuladora". "Femme Fatale" me parece ser um arquétipo tão tosco, mas tão tosco, que deveria ser banido. Sabe o que eu acho mais tosco nesse arquétipo? É que a mulher fica O LIVRO INTEIRO torrando a porcaria do saco, lá com a sua "frieza e fodeza inabaláveis" para o quê? Para, no fim, se apaixonar pelo herói, mostrar que é doce, carinhosa, meiga e frágil. MORRA, SUA TOSCA. CONTINUE SENDO FRIA E 'FODA', AO INVÉS DE DESABAR. 

Depois desse desabafo, quero chegar no meu ponto: O livro acaba com esses clichês. Arthur sim, é um líder carismático, um excelente guerreiro, mas acabamos não conhecendo muito da personalidade dele. Toda a história gira em torno de "Derfel", um dos guerreiros de Arthur. O Merlin é descrito como um "mago" maluco, que já levou as "três feridas para alcançar a sabedoria". Ninguém acredita nele, ele não tem mais poderes... ele é praticamente um druida lutando com a sua fé contra inimigos que ele não pode vencer. Lancelot? Lancelot sim é um belo guerreiro, com seus longos cabelos e seu sorriso maroto... e é um tremendo filho da put*. Covarde, manipulador, não perde uma oportunidade para ferrar os outros. Morgana, minha querida Morgana? Metade do corpo queimado, maluca, mas tudo de maluca ela tem de inteligente e de malandra. Afinal, uma f*dida no mundo como ela é precisa saber como sobreviver!

Derfel, porém, é um show a parte. O cara é um bruto. O cara toma porrada a vida inteira, todos os livros e, aquilo vai se acumulando nele. O cara vai lutando as batalhas, mesmo as batalhas que o Arthur não está e ajudando o Merlin a fazer suas "coisas". Ele passa de um "matei um cara" até um "eu vou arrancar os seus olhos, pegá-los e enfiar no seu rabo. Depois vou fazer xixi em cima de você e queimar o seu corpo". Um amor de pessoa. O cara simplesmente vai passando a espada em todos os desgraçados que cuspiram e pisaram nele... e quem lê, claro, se amarra nisso!

Outro fator é o fator que eu chamo de "isso vai dar merd*!". Tudo parece estar bonito, tudo parece estar calmo... então acontece a coisa X, gerando um problema. Então, beleza, o evento Y ocorre e tudo parece que vai ficar na boa, problema anulado... NÃO! O Y é interrompido pelo Z e quando você percebe... ISSO VAI DAR MERD*! SEMPRE quando tudo parece que vai ficar bem, alguma coisa ABSURDA acontece e joga TUDO pro alto. E é sempre de um modo imprevisível, de um lado que você imaginava ser o mais improvável de acontecer um problema. Então você é sugado pelo livro, com o seu ritmo ágil e envolvente e, quando percebe, não consegue mais parar de ler! Bom demais!

Mais um fator: PORRADARIA. Não é aquela coisa de "a batalha aconteceu". É aquela coisa de "PAREDE DE ESCUUUUUUDOS!" e "Sentia o hálito bêbado do meu inimigo se aproximando de mim, quando eu saquei a minha espada e, com um giro, atingi a barriga dele, fazendo com que suas tripas caíssem e sujassem o chão de marrom e vermelho". Não é algo esteticamente bonito, mas é fantástico ver as descrições das batalhas e as confusões absurdas que elas provavelmente seriam e se sentir em uma "parede de escudos". Tem os diálogos legais? Tem! Tem a trama bem bolada? Sim! Mas também tem porradaria alucinante! Sangue e pedaços de corpos para todos os lados! Além disso, a parada é "realista". Os personagens sentem medo, querem fugir... Não são todos loucos querendo se matar. Os detalhes são bem realísticos, mostrando o inferno de estar no meio de uma pancadaria campal, revelando que as coisas "não eram tão nobres assim".

Por isso, eu recomendo essa trilogia para ler, principalmente para quem quer ler e não pensar em duzentas tramas ao mesmo tempo e simplesmente relaxar e se divertir.

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