domingo, 9 de dezembro de 2012

Tempestade de Estrelas

O cheiro de enxofre invadia aquela sala, mas ele já estava acostumado. Suas mãos se abriam por sobre a mesa, enquanto as figuras mágicas dançavam pela superfície de madeira, em um misto entre prata e azul, ressoando com a sua energia mágica. Seus olhos violetas expressavam a mais pura calma e concentração, enquanto um filete de suor escorria pelo lado direito do seu corpo. Estava acostumados com aquele brilho e, por mais que a sua magia intensificasse a sua luz, sua concentração se mantinha impecável.

A sala era um local um tanto quanto limpo e grande, imersa no negro. A mesa encontrava-se no centro, com alguns pergaminhos por cima dela, mas tudo ali estava impecavelmente organizado, fazendo parte do ritual. Encravada na mesma encontrava-se um círculo mágico que, agora, se enchia naquele tom misterioso. Nas duas extremidades da mesa encontravam-se pequenos recipientes - um deles com um líquido vermelho, outro com um líquido verde - e ambos produziam uma fraca cor para iluminar aquele ambiente de um modo um tanto quanto estranho. A escuridão ocultava o resto do aposento, mas olhos atentos revelariam um círculo mágico desenhado onde o Mago se encontrava, cobrindo um raio completo de cinco metros e sumindo na própria escuridão.

Elenion Alagos estava quase colado com aquela mesa, trajando um longo robe negro, emoldurado por detalhes em azul claro. Em sua cintura, um cinto dourado prendia as vestimentas rente ao seu corpo. Naquela escuridão, ele parecia muito mais velho do que era. Parecia ser um alto bruxo, com imenso poder. Sem dúvida, em sua mente, ele tinha esse imenso poder e, em termos de talento, ele deveria ser algum tipo de prodígio. Os olhos violetas mantinham-se fixos em sua magia, dançando hipnoticamente com as imagens que ali se formavam. Seus longos cabelos negros caíam sobre os ombros, constatando com a sua pele extremamente branca. Elenion não devia ter mais do que seus 16 anos... mas a sua experiência com a magia era invejável. Se era no sangue que estava a magia, então Elenion era um abençoado.

O vento soprava forte lá fora, mas, com as janelas fechadas, tudo o que ele podia ouvir era o uivo do invisível. O ritual prosseguiu. O líquido nos dois potes começaram um movimento aleatório, tendo o seu brilho aumentado gradativamente. A cor começava a varrer o ambiente, mas parecia presa em uma esfera de três metros ao redor do Bruxo, já que a sala ainda estava oculta. Calmamente, ele começou a pronunciar palavras em uma língua estranha, enquanto o vento parecia uivar mais e mais alto do lado de fora. O som de um raio cortou o ambiente, enquanto a chuva começou a cair forte e apressadamente. Uma tempestade.

O brilho diminuiu, enquanto os círculos mágicos voltaram à sua expressão sem cor. O ambiente tomou-se de negro, sendo agora apenas iluminado pela luz dos raios que caíam do lado de fora. - HAHAHAHA! - Sua voz gargalhou, cortando o ambiente, ao mesmo tempo em que um novo raio caía, espalhando o som do trovão pelo universo. - Magnífico! Sim, sim, magnífico! HAHAHAHA! Ninguém pode parar o grande Elenion Alagos, o Mago do Universo, o Transmutador de Mundos! Hahahaha! Ajoelhem-se, peões, pois agora vocês hão de ser submetidos ao meu poder... Ajoelhem-se ou pereçam no reino do esquecimento... vermes! - E continuou ali rindo, enquanto o caos em sua mente se fazia presente.




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