sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Namoro a distância, parte I



Logo no começo do meu intercâmbio, tenho que admitir, aconteceu algo totalmente fora dos meu planos: eu me apaixonei. E, por estar fora dos meus planos, eu demorei para reconhecer o que tinha acontecido. Eu não tinha conhecido "uma" garota, mas A garota, com letra maiúscula que, naquele tempo, se tornou não apenas namorada, mas aliada, companheira, amiga, confidente e amante. 

Eu devo à ela grande parte do crescimento que eu tive naquela jornada e devo o seu companheirismo tanto nas nevascas e nas viagens pros mais diferentes lugares. Devo à ela as noites bebendo vinho em boa companhia, as andanças sem rumo e as visitas aos museus. Devo à ela as músicas e filmes descobertos, os presentes trocados e as carícias ao longo do dia. 

A consequência disso tudo é essa vontade de encarar o (des)conhecido "namoro a distância". Ela é de São Paulo, eu do Rio de Janeiro. A ponte aérea existe e poucas horas são o que nos separam. Simples? Eu duvido!

E então começam os "talvez" do post que uma pessoa pode enfrentar:

Talvez, talvez, você levante de manhã e a primeira coisa que você queira fazer é dizer "bom dia!" para ela. A não importa muito quando ela vai responder, o importante é que ela saiba que você já está ali (talvez com um olho aberto e outro fechado, um pouco de preguiça e ainda vestindo o seu pijama) para conversar. O mesmo acontece quando você decide dormir com o seu "boa noite!".

Talvez você queira conversar com ela o dia inteiro. E talvez o assunto acabe algumas vezes, transformando a simples falta de assunto em assunto e gerando algum estranho paradoxo em que uma conversa não acaba - ela apenas muda para outra, e outra, e outra, mantendo esse organismo quase vivo "a conversa" em eterna mutação.

Talvez ela nunca deixe os seus pensamentos durante todo o dia. Talvez você pense o que ela está fazendo, mesmo quando você está fazendo as suas coisas. Você pensa se ela está com calor ou frio, se ela tá com sede ou cansada.

Talvez você conte os dias para poder vê-la mais uma vez. Porque conversar com ela por um app ou usar do Skype para ver o seu rosto não é o suficiente, mas você tem que aguentar. Porque você sabe que nada, absolutamente nada, tem o mesmo valor que o sorriso ou a risada dela. Talvez os dias demorem para passar justamente por você ansiar por esses momentos.

Talvez você planeje. E replaneje. E jogue os seus planos foras para criar novos. Você olha os calendários e espera achar os longos feriados. Você praticamente aprende para o que serve um calendário. E procura o seu e o dela para juntar em uma coisa só.

Você vai parar para pensar nos desafios, nos obstáculos, mas, após pensar pouco tempo, tudo talvez pareça irrelevante em face do que vocês estão lutando. A aposta é grande.

Mas, dando espaço para a realidade, a verdade é que os desafios existem. Existe insegurança, existe distância, existem os seus medos, existe o orçamento limitado, os calendários diferentes e o desgaste.

Existe também, porém, a confiança, a proximidade, a esperança, as economias (e trabalho!), as pontes aéreas e a renovação.

No meu caso, são todos verdade.

A verdade é que você sabe o valor que ela tem, o quanto ela é capaz de te fazer feliz e te fazer sentir bem. E tudo isso te dá vontade de superar os obstáculos, porque a ligação que existe faz você querer ser "o cara" para ela. Não apenas seu namorado, mas sua companhia, seu homem, amante, amigo e confidente.

Sei que ainda estamos no começo, Isabela, mas já conto os 13 dias que faltam para te ver. Saiba que o coração desse Tolo é seu.


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