sábado, 8 de dezembro de 2012

Quebra-Cabeça

Eu tenho andado bastante pensativo nesses últimos dias. Aproveito a minha solitude (não confundir com solidão, jamais) - provocada talvez pela não necessidade da rotina de "acordar, faculdade, academia, leitura / estudo / internet, dormir" - para pensar, refletir, ponderar, analisar e quaisquer outros verbos da esfera mental os diferentes aspectos da minha vida. Afinal, os dias estão passando e daqui a pouco é hora de abrir as asas e decolar.

Quando estamos nesse estado é que podemos enxergar nossos acertos e erros, nossas vantagens e desvantagens, nossos pontos fortes e fracos, no eterno jogo de dualidade entre luz e sombras. É o momento de encarar a si mesmo, por mais que você tenha fugido dessa oportunidade durante um bom tempo. Olhar o seu próprio reflexo, olho a olho e encarar o seu maior inimigo e, misteriosamente(?), o seu maior aliado: você mesmo. É o momento de perceber que, como somos meros seres humanos, somos vulneráveis. Mas, igualmente, por sermos meros seres humanos, podemos crescer e sonhar, podemos ter esperança e determinação... e é justamente isso que nos torna forte, que nos permite atravessar qualquer tempestade e sorrir no fim de tudo.

Uma possibilidade de auto-análise não pode ser feita em cinco, dez minutos. É algo que demora. É algo que precisa ser feito e refeito a cada alvorada. Não como o trabalho de Sísifo, de rolar uma pedra inutilmente montanha acima todos os dias, mas sim o trabalho de um construtor que, dia após dia, coloca mais alguns tijolos em sua fortaleza.

Quem disse que a parede não pode ser o chão e o céu a parede?
Tijolos? Fortaleza? Sim, se você precisar de uma.  Ou talvez a sua Torre, o seu Parque, o seu Jardim, o seu Templo. Não importa, pode ser uma mistura de tudo. O que importa é que seja o seu lugar, o seu refúgio, o local onde você deve se sentir confortável. Pois, se você não está confortável consigo mesmo no âmago do seu espírito, da sua mente ou do seu coração (qualquer palavra que você preferir), a sua desordem se refletirá na sua vida. Preste atenção: Não é um local para você se esconder, é um local para você descansar.


Ao mesmo tempo, pergunto-lhes:
Como você quer exigir sinceridade, se você não é sincero consigo mesmo?
Como você quer exigir simpatia, se você não é simpático consigo mesmo?
Como você quer que os outros confiem em você, se você não confia nem em si mesmo?

Aliás, você não tem que exigir nada de ninguém! Quem somos nós para exigir de um terceiro qualquer coisa? Não somos livres para fazer o que quisermos?


Deixe de procurar nos outros o que deveria existir dentro de você. 

Seja justo consigo mesmo, seja sincero consigo mesmo. Afinal, se você abdicar de si mesmo por uma outra pessoa o resultado, além de ser imprevisível, pode ser desastroso para você mesmo. Não estou dizendo que você tem que se tornar o lorde do egocentrismo, mas saiba dar o valor certo a você mesmo e os outros igualmente aprenderão a lhe dar o valor.

A pergunta, no fim, é bem simples: Que construção você quer construir? Que caminho você quer caminhar? Que canção você quer cantar? Que sonho você quer sonhar?

A resposta, infelizmente (ou talvez felizmente, pois é na jornada difícil que estão os melhores prêmios) não é tão simples quanto parece. Dúvidas, medos, insegurança... existem essas pequenas palavras, que parecem tão simples de evitar, mas são extremamente poderosas. Poderosas se você der o espaço para elas crescerem e germinarem. Como um pequeno verme, um sanguessuga, que lentamente se alimenta de você. E sabe o que deve ser feito com vermes e ervas daninhas? Eles devem ser arrancados e jogados fora, não importa o dano que eles causem em você. Porque deixá-los crescer apenas pioraria a situação no futuro.

Claro claro, você pode achar todo esse post uma grande bobeira. Filosofia barata. Para mim, as peças no quebra-cabeça se encaixam e eu começo a conseguir ver a imagem do todo. Ria, se divirta, se o post lhe parecer engraçado. Enquanto isso, eu penso, reflito e construo.

Até mais!

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