quarta-feira, 10 de julho de 2013

Sobre a McGill


"What if I told you..."

Constantemente me perguntam o que eu estou achando sobre o intercâmbio e tal, então, acho que está na hora de escrever a minha opinião até o momento, após esse primeiro semestre no inverno e metade do meu estágio da minha pesquisa de verão. A tendência natural do meu ponto de vista é comparar o que eu faria em termos de Engenharia Eletrônica e de Computação na UFRJ e o que eu faço em Engenharia Elétrica na McGill. Sabendo disso e sabendo que serei igualmente tendencioso e até mesmo com doses de bairrista, lá vamos nós.

O curso de engenharia na McGill é de quatro anos. Acho que daí podemos tirar algumas conclusões. Em quatro anos, é impossível estudar o mesmo que se estuda em cinco anos na UFRJ. Só se eles fossem cobrados 25% a mais em cada ano, totalizando um misterioso ano fantasma devido a eficiência da faculdade. Obviamente, isso é uma coisa que não acontece. Logo, como eles tem um ano a menos, eles também tem matérias a menos. Vamos quebrar isso e ir passo a passo.

As matérias são mais difíceis do que no Brasil? A resposta é não. Talvez o meu não seja influenciado porque eu paguei 4 matérias contra as 5 que eu costumo pegar. Mas no fim, ou eu fiquei mais inteligente e precisei estudar menos ou a matéria foi mais fácil. Acho que existe um grande fator de eu não estar gastando 1h30 para ir para a faculdade e 2h30 voltando, que, incrivelmente, gera quatro horas a mais no meu dia e me desgasta muito menos. Logo, sobra mais tempo para estudar e falta cansaço para atrapalhar os estudos. Acho que pode ser muito "cuspir no prato que comeu", no fim, mas que eu achei ou a mesma coisa ou mais fácil foi a verdade. Se o cara tem em um curso para cobrir a ementa de um e meio no Brasil, então ele só vai poder pegar leve (ou repetir geral, hahaha). Algo me diz também que ter uma tuition faz as coisas ficarem mais fáceis.

As avaliações são mais difíceis? Aqui é comum ter a primeira prova (midterm) e a prova final. Sim, só duas. E a final costuma valer 50% pra mais da sua nota. Eu, particularmente, prefiro o sistema do Brasil. Uma prova, outra prova e se tu precisar, a final. Pelo menos assim o professor pode aloprar nas duas primeiras e deixar o cara se recuperar na final depois de estudar que nem um louco e "aprender". Aqui as provas são bem feijão com arroz, sem pegadinhas. O cara praticamente grita "VAI CAIR ISSO AQUI NA PROVA DESSE JEITO PRESTA ATENÇÃO PELAMOR DE DEUS!" enquanto dá a matéria. Logo, considerando também que eu pelo menos tive acesso a provas antigas e fui não folgado o suficiente para fazê-las, não tive surpresa alguma durante uma avaliação. Achei, no geral, que elas foram mais fáceis sim.

Os professores são melhores? HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA! Ledo engano, jovem padawan. Aqui os caras podem ter mais formação, mas eles também caem no velho problema de "professor com background do balacobaco e aulas lixosas". Algumas aula são boas, outras dá vontade de se suicidar com uma caneta pelo olho. Na maioria das vezes são "..." . Curto e grosso: "Poucos são bons, como era de se esperar".

Estrutura? Isso aí não tem muita comparação. Salas limpas, bem conservadas. Campus bem localizado (ponto pra McGill que está no meio de Montreal!). No fundão a estrutura me era boa também e eu não tinha do que reclamar. Seria mimimi desnecessário.

Acho que isso é tudo, por enquanto. :D