segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O dia em que eu ensinei o meu roomate a colocar o papel higiênico no lugar certo


Sim querido leitor, é exatamente isso que você leu! Pode ser absurdo, mas aparentemente algumas pessoas tem algum tipo de bloqueio em realizar as coisas mais simples quando se divide uma casa, quarto ou um banheiro. O meu roomate TINHA um desses problemas porque, com uma grande dose de sapiência e 'çagassidade', podemos ensinar truques novos a um cão velho.

Já fazia um bom tempo que eu percebia esse fato. Tinham dois lugares para colocar papel higiênico no banheiro, esses dois rolinhos na imagem acima. Quando um acabava, eu trocava. Mas percebi que era apenas eu que trocava. Decidi então testar. Deixei acabar o outro também. E ele não aparecia trocado. O papel higiênico, inclusive, apareceu em cima da pia, ao invés de no rolinho. Porque deve ser uma tarefa muito árdua gastar trinta segundos do dia para fazer isso! Deveras! Exige uma sapiência intelectual digna de um mestrando (cof cof, piada interna).

Mas não, eu não desisto tão facilmente. Pensei comigo mesmo. O papel higiênico sempre estava no mínimo quando eu estava perto (não vamos discutir se isso é dramatização, hiperbolismo, coincidência ou qualquer outra coisa) e algumas vezes eu tinha sido o último a usar, outras não. Se eu fizesse o "refill" do segundo, então eu nunca encontraria o segundo "refillado". Era... impressionante. Porque, mais uma vez, deve ser uma tarefa muito árdua gastar dez segundos (diminuiu o tempo, ó!) para fazer isso. Se outro pode fazer, por que eu farei? :P

Mas então eu tive uma ideia! Iluminado por um astro de sabedoria. Iluminado pelos deuses cósmicos da zoeragem, eu decidi simplesmente... não trocar mais coisa alguma. A não ação, a suavidade do mar, a leveza do ar. Nada vence a suavidade, pode tentar. Então o papel acabou e eu esperei. Era só ter paciência que algo poderia acontecer, afinal, no mínimo, o papel tinha que ser tirado do saco quando o banheiro fosse usado. Sabiamente passei a usar o meu próprio rolinho (RÇRÇRÇRÇ zoeragem máxima!) e aguardar como um monge cientista aguarda as leveduras crescerem para que ela possa descobrir alguma coisa sobre o DNA.

E esperei e não demorou muito. Eis que surge o MAGNÍFICO PAPEL HIGIÊNICO no rolinho! Minha vontade foi de jogar um biscoito para o roomate e falar "boa garoto!", mas eu concluí que não a melhor ideia. Que a lição ficasse silenciosamente na mente dele, crescendo ali, esperando uma nova oportunidade para que o rolo de papel higiênico fosse trocado.

PS: APENAS UM ROLO surgiu. Nada de dois, porque dois é muito trabalhoso!

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

16 - A Torre

Continuando com a série a muito esquecida, a "carta de hoje" é a Torre. A carta, de fato, não é um prenúncio bom. Crise, Obstáculo, Desastre, Caos. Ela representa todas essas coisas 'agradáveis' no dia a dia. Queda, Ruína, Desilusão, Dificuldade. Claro claro, podia ser um post falando sobre como a vida é difícil, o mundo é ruim e tudo - em alguns momentos - parece jogar contra a gente. Mas eu prefiro enxergar as coisas de um modo diferente (e pode me culpar se isso parecer deveras ingênuo...).

Prefiro ver agora "conflito" como "oportunidade de crescimento". Para crescer, a gente precisa sair da zona de conforto. Você pode se cercar de mentiras e vestir a sua armadura, mas você vai ser atingido quando deixar sua zona de conforto. Você pode tentar correr e se esconder, mas tudo o que você não aprendeu vai te ser ensinado de um modo que você não esqueça tão cedo. Então, sentir aquele medo, aquele frio na barriga é algo perfeitamente normal quando você se depara com algum obstáculo. 

Como você pode abandonar velhos hábitos, se não está sendo desafiado? Abraçar os desafios é a melhor forma de buscar crescimento. Sem medo, tentando de novo dia após dia. Falhar é apenas um dos resultados possíveis, porque você pode também se arrepender de nunca ter tentado ser diferente. E ficar sentado em um sofá desejando nada só vai te tornar alguém medíocre e fraco na vida. 

O processo não é fácil e fluido. Ele é lento e vai te machucar. No fim, se você tiver sorte, você vai ser diferente. Você vai ter crescido de alguma maneira. Na pior das hipóteses, você vai derramar algumas lágrimas mas vai irremediavelmente se curar de tudo. As cicatrizes vão ficar, para sempre, lembrando onde você errou. E aí cabe a você como você vai olhar para elas e cuidar delas. 

Mas, no fim, não tem porque ter medo. Ou você tenta ou fica parado. Andar para frente pode machucar, mas todos conseguem mais cedo ou mais tarde. Os obstáculos existem para que a gente valorize a conquista, o final, a vitória. Uns podem parecer mais fácil e mais valiosos que outros. 

O que eu acho mais importante, porém, é o caminho que a gente decide seguir. Mesmo que a gente se afaste dele algumas vezes por erros, o caminho que tentamos seguir para alcançar dado objetivo é mais importante do que o resto. Porque, no fim, com o prêmio na mão, é o caminho que diz quem realmente somos. E trocar de caminho não é problema, só tem o seu preço. 

No caminho através da torre, quero seguir o caminho que deixa minha consciência em paz. Só assim crescer vai ter significado para mim. 

domingo, 15 de setembro de 2013

Pessoas




É engraçado perceber como as situações mudam como a maré. Em alguns momentos, eu gostaria de poder sentar de longe e apenas observar. Entender as razões, motivos e motivações. Acho que a grande lição que eu podia tirar aqui, no fim, é sobre pessoas. Seres humanos, com suas razões, medos e modo de agir. Distintos e únicos por isso. Com suas histórias que dobraram o seu eixo moral em alguma direção.

Eu conheci diferentes tipos de pessoas, sim.

Conheci aquelas "lobos em pele de cordeiro" que procuravam sempre o seu próprio bem com o seu egocentrismo. Funcionavam no "troca a troca" sempre "colocando o seu na mesa". Fui tolo em acreditar que poderia tirar alguma coisa de boa delas, aprender algo (sempre aprendo). Dessas, agora, decido manter a minha distância segura. Não me interessa vínculos desse tipo, muito menos ficar perto de pessoas que pensam única e exclusivamente nelas mesmas, como se vivêssemos em um tipo de competição horrível. Competirei quando for necessário, no meu trabalho e para defender os meus interesses sim, mas sobre as regras e com alguma classe. Isso é o que me diferencia de um animal.

Vi como as pessoas fazem amigos de um modo rápido. Amigos? Eu chamaria mais de companheiros de balada. Aparentemente, fazer amigo se você for artificial é uma coisa muito simples. Se você não conversa e só bebe, o que importa ter ideias ou histórias para dividir? Nada, porque o importante é fazer barulho e posar semi-bêbado para alguma foto. Quanto mais você beber, melhor. Números, números. Talvez porque a solidão seja algo difícil de aguentar, talvez porque a mentalidade esteja um pouco atrasada. Curtir é bom sim, todos merecem. Outra coisa é quando fica artificial... ou vazio.

E claro, vi pessoas com suas máscaras. Pessoas que mentiram para parecer boas para um lado e para o outro, não se importando com as consequências de suas mentiras. Pessoas que posaram como neutras, mas que foi uma questão de tempo até perceber que elas eram tendenciosas. Pessoas, simplesmente pessoas.

Mas existiram algumas - e eu posso contar em menos dedos do que eu tenho em uma mão - que valeu a pena conhecer. Pessoas com suas próprias e interessantes histórias, pessoas que podiam transmitir alguma lição, pessoas que enxergavam além do que um mero palmo na sua frente. Essas pessoas vou acabar guardando por muito e muito tempo. 

Mas o Tolo sempre aprende alguma coisa no fim, não é mesmo? Faz pate da jornada dele e errar só significa que ele pode crescer.

E com as pessoas, deu para aprender. Deu para perder um pouco de "ingenuidade" e daquela coisa de achar que "as pessoas talvez sejam boas". Deu para entender que as pessoas vão lutar sim pelo que é melhor para elas e se você for visto como ameaça - quer você seja ou não - você será tratado como uma. Deu para ver que as pessoas vão se preocupar com elas em primeiro lugar e que se o jogo puder terminar "2 a 0" ao invés de "1 a 1", com vantagem para elas, elas assim o farão. Deu para aprender que as pessoas se comparam o tempo todo, procurando ser a "mais mais".

Deu para aprender que as poucas pessoas que acabam "dando certo" contigo são as que mais importam. Deu para aprender que ouvir é receber histórias e experiências e é mais importante que falar. Deu para aprender que um amigo vale mais do que muitas máscaras e medos. Deu para aprender que pessoas apareçam e vão em nossas vidas e, no fim, as que ficam foram as que deviam ficar.

No fim, não podemos ficar parados. "Continue a nadar, continue a nadar...". E acumule as pérolas - amigos - que você encontrar na vida, guardando em memórias. Porque, um dia, você só vai lembrar das coisas boas. Ou pelo menos é o que eu espero...