segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Empresa Júnior: Auger




Uma das oportunidades de aprendizado que eu tivesse ano foi participar de uma Empresa Júnior (EJ) na sua fase inicial. A EJ do curso de Nanotecnologia da UFRJ estava de braços abertos à novos membros e, vendo oportunidade de fazer parte desse grupo, eu decidi embarcar. Antes de falar o que eu fui fazer lá, tento explicar rapidamente qual é a ideia de uma EJ.

A essência de uma EJ é oferecer uma nova experiência ao aluno na sua época da graduação, aproximando-o de uma empresa focada especificamente na sua área de estudo com o intuito de aprendizado tanto em nível técnico quanto em nível gerencial. Uma EJ quer ser um motor para que os alunos desenvolvam o seu senso de empreendedorismo e sejam capazes de formular ideias próprias e seguir caminhos únicos, diferentes dos mais comuns.

Desse modo, procurando ter uma nova experiência de crescimento, decidi embarcar nessa jornada. Como eles estavam precisando de pessoas para trabalhar e eu estava interessado em trabalhar, pode-se dizer que o processo de recrutamento foi bem rápido. Logo eu já estava sendo apresentado à Auger para decidir onde eu poderia ajudar.

Acabei indo trabalhar na área da Qualidade, organizando e dando o pontapé inicial o que seria o Sistema de Gestão de Conhecimento (SGC) utilizado pela EJ no primeiro momento. Posso dizer que o trabalho foi extremamente agradável, talvez porque eu goste de organizar as coisas metodicamente.

A ideia de desenvolver o SGC é manter, apesar da rotatividade dos membros da EJ, o conhecimento e experiências dentro dela, de modo que qualquer um poderia virtualmente consultar o que aconteceu no passado e ter alguma espécie de "norte" em relação aos processos, projetos e práticas. Isso, claro, envolve mais ou menos definir o molde de tudo que está lá dentro. E, como isso não é uma coisa que comumente você faz em uma Iniciação Científica ou em um Estágio, exige que você pense de modo diferente. E é aí que justamente mora o lucro da experiência, o lucro de aprender alguma habilidade diferente que pode ajudar em algum momento no futuro.

Entretanto, devido ao fato da EJ ainda ser relativamente pequena, o contato com outras áreas existia de modo bem constante. O brainstorming derivado dessa situação é, portanto, também positivo, caso você decida se envolver e participar da situação. Discutir ideias é sempre proveitoso para todos os lados: Se você estiver errado, você aprende; se você estiver certo, faz toda a comunidade crescer com suas ideias. Essa troca é um dos pontos mais positivos de toda a EJ.

Registro, então, que minha experiência na EJ, apesar de curta (apenas 6 meses), foi extremamente proveitosa. Adicione a isso os contatos formados, o aprendizado sobre uma outra área e a vivência em uma comunidade diferente e você tem um prato cheio de experiência para aprender e crescer. Coloque a mão na massa, aprenda e se desenvolva. Fuja da mesmice e pense grande.

PS: Se interessou sobre a Auger? O facebook deles é esse, ó: https://www.facebook.com/AugerNanotecnologia

domingo, 14 de dezembro de 2014

Depois de um ano...

Um ano passa rápido. Talvez rápido depois, talvez rápido de menos. Depois de viver um ano lá fora, em uma nova cultura, existe também um choque no momento da volta. É inegável dizer que a qualidade de vida cai pra caramba. Parece, por exemplo, que eu troquei o frio de -30º C e 10 cm de neve por um calor de 40º C, engarrafamentos que fazem a volta pra casa que deveria demorar 20 min de carro em uma peregrinação de 1h20min. Isso sem contar a violência, o preço absurdo de coisas banais - quando comparados à mesma coisas banais lá de fora -, a carga horária absurda da faculdade - que praticamente não deixa você fazer mais nada da sua vida. Fica aqui registrado só a critério de comparação. Cada um tem suas preferências sobre como gostaria de viver.

Nesse primeiro ano, é possível perceber - por quem sabe fazer uma propaganda positiva do intercâmbio - o grau de influência que esse tipo de experiência pode render em termos de tornar você destacável. Definitivamente, o intercâmbio não é uma revolução em suas habilidades técnicas da sua graduação. Você não vai se tornar um melhor profissional por ter feito intercâmbio. O que muda é que você amadurece mais rápido para algumas situações e isso se reflete em alguns outros aspectos. Dando exemplo banal, eu era uma pessoa que sempre puxava a grade "certinha" da Eletrônica. Com a volta, minha grade ficou completamente embolada. Solução? Puxar todas as matérias que fossem possíveis. Já que ia ficar na faculdade preso fazendo aula, que fizesse tudo de uma vez...

Entretanto, existe um hábito ruim na eletrônica. A lenda de que 25 créditos é muita coisa e "você vai metaforicamente morrer se fizer mais do que isso". Eu discordo completamente desse paradigma. As pessoas aguentam tanta carga quanto elas estão dispostas a aguentar. Claro que em alguns semestres temos o dilema de "fazer aula com professor ruim, aprender nada e avaliação ser fácil" ou "fazer aula com professor ruim, aprender nada e avaliação ser muito difícil", mas isso é uma discussão diferente. O que eu acho que é verdade é que a gente perde muito tempo em sala de aula e pouco tempo realmente estudando.

Não importa quantas horas de aula são, sempre vai ter que estudar em casa. Desse modo, pela falta desse hábito de estudar em casa (já que as aulas infinitas são uma verdade), cria essa reclamação infinita. Tirando alguns semestres de exceção, em geral dá para adicionar mais uma matéria que não daria tanto trabalho e aceleraria a graduação facilmente. Levando em consideração que a maioria faz Iniciação Científica (IC) com horário alguma coisa flexível, os 25 créditos (o que seriam 30 horas de aula por semana, aproximadamente), ainda não são tanta coisa. Afinal, somando com a carga horária de uma IC (se ela for séria, 20 horas), já são 50 horas semanais de carga nas costas. 50 horas desconsiderando as aulas que podem não existir algum dia e o tempo de estudo em casa. Conclusão? Estude no final de semana e reclame menos.

Nesse ano, após o período do Canadá, percebi como minha mentalidade estava diferente das pessoas da minha sala que, por exemplo, ou foram para outros lugares ou ficaram no Brasil. Enquanto eu estava puxando um monte de matéria, aproveitando cada segundo do tempo ou fazendo algum trabalho ou estudando, existiam as pessoas apenas passeando pela faculdade.

Acho que essa é a maior lição do intercâmbio. Você pode aprender inglês, estudar em uma faculdade prestigiada, mas no fim, aprender que você tem que se esforçar para alcançar os seus objetivos - e estar disposto a isso - é a maior e melhor lição que pode ser aprendida.