terça-feira, 29 de outubro de 2013

Surpresas

Eu tenho uma coisa para admitir: Sou péssimo em organizar surpresas sozinho. Essa é uma coisa que eu preciso melhorar em mim, principalmente. É tão legal ver uma pessoa surpresa e feliz que vale a pena todo o "trabalho" de organizar as coisas, hahahaha! Então eu posso tentar fazer o primeiro passo, não é mesmo? Então eu decidi fazer uma brincadeira com você, Isabela, uma das minhas duas ávidas leitoras (sendo a outra a minha mãe, hahahaha!). Afinal, se eu quero fazer uma surpresa boa, acho que é para você!

Então, vamos antes explicar as regras do jogo, fazer aquela introdução básica e começar a diversão (pelo menos para mim, já que você vai ter que ralar um pouco, hahahaha!). Vamos lá!

E se eu te disser que utilizei todas as minhas habilidades ninjas para esconder peças de um quebra cabeça nas suas coisas, na sua casa, cada uma com um mistério diferente e um enigma para ser resolvido? Só juntando todas as peças você será capaz de descobrir a resposta para o mistério. Será que você conseguirá descobrir antes da data limite? Será que você é capaz de descobrir qual é a data limite? 

Vamos ao primeiro enigma:

"Para que a mensagem você possa entender, pense primeiro em nós. LEOnardo e ISAbela. Para que a mensagem você possa assimilar, primeiro você a precisa decifrar. Um enigma, um quebra-cabeça. Um se torna o outro e outro se torna um. Um ciclo. Qual é o caminho certo para escolher? Que mensagem, no fim, assim, você assim conseguirá obter? Tenha sempre me mente em descartar o desnecessário para que assim o sentido possa surgir onde ele pode não parecer estar!

Para quS vAcê pAssa a próxima pista SncAntrar, vá cArrSndA S bSm dSprSssa nA sSu quartA prAcurar! AndS SstAu, vAcê mS pSrgunta. AndS vAcê pAdS mS SncAntrar, vAcê sS indaga. SntãA aqui vãA as pistas, prSstS bastantS atSnçãA: Sm mim vAcê cAnfiAu, pSrtA dS vAcê nA gSIA SstAu. SSi quS nãA sAu pSrfSitA, sSi quS tS causSi bastantS mSdA. Mas nãA tSma, pSquSna. CAmigA vAcê pAdS sSmprS dSsIizar, para a IibSrdadS - S A friA gSIadA - Sm sSu bSIA rAstA SncAntrar!"

Boa sorte! :D

terça-feira, 22 de outubro de 2013

À lua!




Vamos ao momento wikipedia: To the Moon é o quarto jogo produzido por Kan "Reives" Gao e o primeiro lançamento comercial de sua desenvolvedora indie Freebird Games. É um RPG de aventura com elementos de visual novel.

A história do jogo começa com um velhinho chamado Johnny que está no seu leito de morte. Ele, porém, através do uso da tecnologia de manipulação de memórias, pode realizar o seu último desejo antes de falecer. Ele tem a possibilidade de apagar todas as memórias dele antigas e modificá-las, passando a viver em um "caminho diferente" para a sua história. O custo é que tal alteração o levaria à morte (o que não é um grande problema já que ele está prestes a morrer mesmo).

O desejo dele? Ir à lua.

[ALERTA DE SPOILERS LEVES]
O interessante do jogo, porém, é entender a motivação dele para fazer isso. Johnny é casado com Rivers, sua querida esposa que faleceu alguns anos antes dele chegar nesse ponto. No decorrer do jogo, porém, percebemos que as coisas não estavam indo muito bem...

O sistema de navegação pelas memórias de Johnny acontecem de modo parcial, indo desde a sua memória mais recente (velhice, morte de River) até os momentos mais antigos (sua adolescência e infância). Eu simplesmente achei espetacular como o personagem Johnny de "velho no leito de morte" se transforma em todo um personagem com motivações, medos e angústias a medida que vamos conhecendo as memórias dele. As cenas de diálogo são interessantíssimas e fazem a gente parar para pensar em muitos assuntos, como "Amor", "Esperança" e "Amizade".


[ALERTA DE SPOILERS MEDIANOS]
Exemplo?




Existe uma cena que os personagens estão discutindo no café de uma livraria. River, a ruiva da direita, olha os livros. Johnny está na mesa com Nikolas e Isabelle, amigos de infância. Nesse ponto do jogo, nós já descobrimos que River sofre uma doença ficando bastante deslocada do mundo - um tipo de autismo - chegando em um ponto na relação que o nosso protagonista está sofrendo por ela ser demasiada fria. E então vem essa frase: "Sometimes you just have to have faith that she cares". Acho difícil não parar pra pensar.

[ALERTA DE SPOILERS PESADOS]

Outro exemplo?

Logo no começo do jogo, tem uma cena que River recebe a carta dos custos de tratamento para a sua doença terminal. O problema: ela e Johnny ainda estão pagando a casa. A escolha é simples: manter a casa que foi tão demorada para ser construída (e em um lugar que representa muito para eles) ou prolongar a vida de River com o tratamento. Johnny quer obviamente a segunda opção... mas River... River não. Ela deseja diferente. E não é a escolha dela decidir se quem fica é a casa ou ela? Johnny então se vê "preso" à escolha dela, querendo ajudar mas não podendo fazer nada, pois ela não quer que nada seja feito. Afinal, do que adiantaria "prolongar" a vida dela se isso não fosse torná-la feliz, pelo contrário, a deixaria triste por ele ter tido que abrir mão da casa? Perguntas, perguntas, perguntas... O "Amor" não pode ser egoísta, não é mesmo? :P


A medida que vamos avançando no jogo, percebemos que a história dos personagens vai se enraizando neles de tal maneira que tudo se torna uma mistura tão densa e cheia de sentimentos que queremos acompanhar cada instante para não perder nenhum detalhe. Os próprios médicos do jogo - que devem entrar nas memórias para modificá-las e praticamente vivenciá-las - se alteram de simples "estamos aqui para fazer o nosso trabalho" para "vamos fazer Johnny ter um final feliz".


Existem coisas no jogo que você só entende depois de jogá-lo por completo e parar pra pensar, também. Nas "memórias reais", River, com a sua síndrome, faz diversos coelhos de origami. Esse evento aconteceu após Johnny contar para aquela que a motivação dele se aproximar dela foi porque ela era "diferente". Ao longo do jogo também percebemos a angústia de River de tentar ser igual a todos mas não conseguir por causa da sua "doença", então para ela pode ser realmente ruim alguém se aproximar porque ela é "diferente". Entretanto, esses coelhos não são um efeito apenas dessa "decepção" dela. Johnny foi uma pessoa que precisou tomar remédios para bloquear parte da sua memória e ele esqueceu o seu primeiro encontro com a River,  encontro no qual eles imaginaram um coelho no céu. Então, os coelhos de origami e todas as perguntas que sucedem ele são uma tentativa de fazer Johnny se lembrar do que ele havia prometido naquele dia...


Que, caso eles se perdessem e não mais se encontrassem, eles iriam até a lua encontrar um ao outro.






[FIM DOS SPOILERS]

Sem dúvidas é um jogo que eu recomendo para qualquer pessoa jogar. É uma história feliz que faz você pensar sobre o que é realmente importante. :)