sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Phoenix Wright (OBJECTION!)











Não sei vocês, mas sempre quando eu via algum filme policial com toda aquela cena no tribunal da testemunha, o réu e o advogado, eu ficava alguma coisa pilhado imaginando a tensão que deve ser fazer aquilo em "tempo real" (vamos considerar que não existe dramatização no meio e que a realidade é assim mesmo, hahaha!). Então, um dias, eu decidi chamar um joguinho "Phoenix Wright". A essência dele? Você é um advogado - "de defesa", nunca o procurador - e sempre tem algum em que todas as chances estão contra você, mas, por sorte, você é Phoenix Wright, Ace Attorney e vai "desenrolar" todo o caso.

A história do primeiro começa com Phoenix Wright e sua mentora em um caso - oportunidade para que todas as informações da mecânica do jogo são passadas para você - em que ele ainda é alguma coisa novato - afinal, você, jogador, também é um novato! Nunca saberíamos, porém, que logo depois as coisas mudariam bruscamente na vida desse advogado.

A premissa é bem simples, se for parar para pensar, entretanto, é o exato oposto de como os casos são montados. Sempre nos jogos (e são uns 6 até onde eu sei, até hoje) a dificuldade das "pistas" vai aumentando progressivamente. O sistema é bem simples e os casos se dividem entre cenas de investigação - e aí você colhe informações, evidências e entende o que tá acontecendo - e cenas no tribunal - onde o objetivo é contra-atacar as acusações e analisar as testemunhas.

As cenas de investigação tem elementos introduzidos caso a caso. Primeiro, por exemplo, a gente aprende que sempre quando alguém dá um tiro com uma arma de fogo, sempre sobra resquícios de pólvora na roupa. Então, no caso que a gente suspeita de armas de fogo, a gente sempre levanta essa possibilidade para analisar as testemunhas. Outro exemplo é prestar atenção se a testemunha é destra ou canhota. Pode parecer estúpido, mas são os pequenos detalhes que fazem o jogo virar! E claro, não podemos esquecer dos sidekicks que vão desde o Detetive até a Cientista que ajudam a colher pistas e dão outras dicas. Desse modo, a investigação evita ser entediante, mas também não é extremamente fácil.

Entretanto, é no tribunal que a coisa pega fogo! Você, o procurador e a testemunha, em uma Cross Examination procurando os buracos no testemunho e a verdade. É a hora clássica de gritar...


... e mostrar para a testemunha que ela TEM que parar de mentir e falar a verdade! E claro que muitas vezes os seus gritos de "Objection!" vão ser combatidos pelos mesmos gritos do outro lado, então se prepara para não apenas atacar a testemunha, mas segurar sua posição e se manter firme no caso, antes que o veredito contrário venha ao seu alcance!

Além disso, cada jogo contém elementos únicos ao mesmo. Nos jogos com o nosso advogado de defesa preferido, em um momento podemos "detectar" (poderes míiiiiiiiiiiiisticos!) quando indivíduos - fora do tribunal - estão escondendo alguma verdade. E então é o seu objetivo "interrogá-los" meio que indiretamente para fazer eles falarem e contar tudo - meio que um clássico jogar verde e colher maduro. Em outro, o personagem adquire algum tipo de percepção extremamente detalhada, podendo perceber quando um indivíduo está mentindo - algum tipo de 'vício' no movimento ao estilo de piscar involuntariamente - e então...

... você tem a testemunha encurralada em contar uma mentira de modo ruim e sabe exatamente onde atacar.

Não obstante, nós também temos os personagens que são realmente explorados no jogo. Desde a sua ajudante e aprendiz de médium, passando pelo detetive até o procurador-rival-melhor-amigo, todos eles possuem seus modos de pensar e peculiariedades, fornecendo brilho ao jogo, ao invés de "simplesmente estarem ali".

Por isso tudo eu recomendo Phoenix Wright para aqueles que procuram um jogo que utiliza do cérebro, ao invés de simplesmente apertar um botão constantemente. É um jogo para degustar e aproveitar, ao invés de simplesmente passar por ele correndo.

Deixo para os curiosos um trailer com "fandub" (fãs fazendo a dublagem) do quarto jogo da série: Apollo Justice. Pessoalmente, eu achei que ficou de excelente qualidade, ainda mais com as vozes cheias de emoção mostrando as frases dos personagens. Nos vemos no tribunal! ;D


"The only thing that matters is the truth. 
Everything you need lies in the information you have in your hands."


quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Jogos Vorazes & Battle Royale


É altamente provável que você já tenha ouvido falar do primeiro mas não do segundo. A não ser que você tenha ouvido eu falar do primeiro, porque aí eu invariavelmente falo do segundo também, afinal, é legal comparar uma obra "ocidental" com uma "oriental" e ver as diferenças de estilo e do modo como a história é contada. A intenção aqui não é mostrar elevado saber e notável conhecimento, no máximo fazer quem leu o primeiro também ler o segundo (se aguentar!), porque pode ser sempre divertido ler o mesmo "estilo" de história por duas visões diferentes. Então... Vamos lá!

Hunger Games: Os "Jogos Vorazes" conta o sofrimento a trajetória de Katniss Everdeen ao longo dos infames Jogos de Capitol em sua busca por sobrevivência e respostas. Como não quero fazer uma sinopse, vou adiantar aqui: Katniss se vê obrigada a tomar decisões, decidir lados e até mesmo o rumo de como as coisas vão acontecer, com a história tomando proporções imprevisíveis (o que é um ponto bem positivo), ao mesmo tempo em que ela tem que se preocupar com as consequências de suas ações para familiares (afinal, desde o começo ela quer proteger sua querida irmãzinha Primrose) que estão constantemente na linha de fogo pelos "poderes". Não é uma história de um "final perfeito", mas de um final "real" e por isso eu gostei dela.

Pessoalmente, esperava uma história bobinha, então alguns fatos me surpreenderam de como aconteceram. Em alguns outros pontos, porém, o que estava para acontecer era alguma coisa previsível. Os momentos nos jogos são bem emocionantes, ainda mais palo fato da história ser contada em 1ª pessoa, oferecendo um recurso de agilidade e subjetividade no desenrolar da história. Os Jogos são como os nomes dizem: Um massacre entre basicamente crianças na busca pela sobrevivência. Uma coisa que eu não gostei (pelo fator 1ª pessoa, claro) é que pouco sabemos dos outros personagens até que eles apareçam, falem umas doze palavras e morram (afinal, não tem como todo mundo escapar dos jogos, né).

No primeiro livro, eu já tinha visto o filme antes (HUEHUEHUE), então, sabendo mais ou menos o que esperar, a leitura pode ser bem suave, prestando atenção nos detalhes e tentando entender no que raios Katniss estava se metendo. Nesse ponto dá até pra elogiar o filme: Eu não consigo lembrar de muita coisa que perdeu o sentido no cinema, deixando a história bem engatilhada para o segundo.

O segundo e o terceiro, na minha opinião, formam ótimos livros, pois conseguem desenvolver a história por um caminho que vemos as coisas tomando proporções gigantescas (guerra!) quando a Katniss começa a enfrentar uns dilemas bem interessantes. Eu achei ela meio boba e sem muita ação, se deixando ser arrastada muitas vezes, mas isso não tira o mérito da história. Eu recomendaria quem não leu ler, pois é simples, fácil e rápido. No fim valeu a pena. :)

Agora, vamos ao segundo.

Battle Royale: Acho que quando os asiáticos decidem fazer uma história, eles "apelam" muito mais que suas versões ocidentais. É como uma "carta" branca pra ser bruto. Ainda mais quando o mangá é para "adultos" como Battle Royale é (ao contrário dos Jogos Vorazes, que é claramente um livro para uma faixa etária mais jovem). A história, simples, segue o padrão "ditadura de algum lugar" (no caso Japão) que pega "crianças" (no caso uma turma de ensino médio) e bota para se matar em uma arena (no caso uma ilha mesmo).

A parte que eu acho legal aqui é como os 42 personagens tem seus momentos (okay, quase todos eles), desde do "bundão protagonista que não sei muito o que fazer e quero matar ninguém", passando pela " 'vadia' da sala que sofreu abuso sexual [olha só, que legal! A personalidade da garota é contada e explicada para justificar seu comportamento insano!]" indo pelo cara que luta artes marciais até o psicopata que sofreu um acidente suas emoções. Desse modo, a gente conhece o background dos personagens, o que dá um brilho a mais na história. E claro que, para isso, ela é muito mais extensa e não é em primeira pessoa, logo, é mais lenta.

A brutalidade também é multiplicada. Como temos imagens, dá pra ver aqueles tiros explodindo o cérebro dos alvos, ou o pessoal sendo cortado e sangue jorrando. Não apenas isso, mas o terror psicológico também aumenta muito, com a dramatização de indivíduos até cometendo suicídio (afinal, eles nem treinamento receberam quando foram escolhidos, até onde eu me lembro) para não fazer parte do jogo. Algo muito mais... Humano.

A influência de algum "Game Maker" (carinha que controla a arena, no caso dos Hunger Games) também é menor e não existem criaturas insanas para matar os participantes. Só eles mesmos, os seus desespero ou algum deslize nas regras.

Se eu recomendo? SIM! TODOS os capítulos, incluindo aqueles vinte do final que o personagem X tá para matar o Y e tem todos os flashbacks da galera que já bateu as botas! Ou a lutinha de artes marciais com toda a filosofia de "momento". Ou quando o psicopata pega a sub-metralhadora e decide fazer a limpa... Enfim, deveras divertido. :)

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Broadway - Le Fantôme de l'Opéra

Phantom of the Opera Cover.jpg

Eu tive, alguns dias atrás, a oportunidade de ver um dos tão almejados "Espetáculos da Broadway". E dá pra dizer, com boa margem de erro, que só isso valeu a pena a viagem toda. Claro que depois eu tive que passar por um aperto gigantesco para voltar para o meu hotel feliz e contente, mas isso é uma outra história (que envolve os malditos taxis de NY).

Ahem, de volta ao espetáculo. Desde o começo, dá pra perceber que a proposta da coisa vai além do básico. Querendo ou não, esses americanos malditos sabem como fazer uma festa decentemente, ou pelo menos criar toda uma atmosfera. O nome "Broadway" eu acho que já tem um sentido por si só, mesmo que você fosse lá ver apresentações de menor tradição. A localização do local amplia essa atmosfera, já que no outro lado da rua, por exemplo, tinha o teatro do Mamma Mia. Aí, quando você olha, os dois prédios são completamente diferentes. Não são apenas uma fachada bonitinha que dará entrada ao teatro e tal. A fachada do prédio dO Fantasma da Ópera remete àquela arquitetura antiga, lá dos 1850 dde Paris, onde, também em um teatro, a história se desenvolve.

Como estou longe de ser algum crítico de arte, não vou fazer comentários sobre enredo, atuações ou coisas do tipo. Quero falar sobre a minha experiência. Eu fiquei impressionado como a forma de todo o espetáculo se desenvolveu. Em nenhum momento, nenhum maldito momento, os atores ficaram parados. Eles tinham a capacidade de se expressar de uma maneira absurda, dando grande fluidez para a história. Os efeitos especiais potencializaram o efeito da peça, assim como a transição de cenários era tão simples e rápida que a história tinha que ser absorvida em velocidade ou os detalhes iriam se dispersar no ar. 

O momento mais impressionante foi quando a galerinha do teatro decidiu acender umas quatro chamas verticalmente. Além do susto com o barulho e a súbita mudança de claridade (e aí tu fica cego por uns segundos também, de brinde) o calor varreu o teatro. Podem acreditar, porque eu não estava tão perto e já senti a onda quente no meu rosto, eu imagino o cara que tava na primeira fileira. Ele deve ter tostado um pouco.

A música... Bem, sem palavras. Chega um ponto em que eu até pensei que rolava algum tipo de playback (afinal a cantoria rolava mesmo com um ator deitado no chão e se rastejando) tamanha era a capacidade dos atores de cantar sem problema algum, mesmo se eles estivessem sentados ou deitados, ou correndo ou pulando. A trilha sonora por si só é um espetáculo a parte.

Se eu recomendo? Sem dúvida alguma recomendo. Mas só acho que vale mais a pena ver as peças com mais tradição antes das mais "pop", mas acho que isso fica mais a gosto do freguês e de que tipo de coisa ele quer ver. Mas sugiro se hospedar o mais perto possível, para não depender de transporte algum (mas aí fica caro, o que indica que você tem que economizar dinheiro). Algumas vezes, gastar mais é melhor que passar [muito] sufoco.

De bônus: Eu confirmei que pegar um taxi em NY é um coisa impossível mesmo. E quando você pega, eles não usam o taxímetro e cobram o dobro do preço da corrida normal. Acho que faz parte de ser um turista. Pena que eu também sei andar de ônibus. :)