quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Porque valeu a pena estudar na UFRJ

Agora que eu estou (finalmente) finalizando a minha graduação, achei natural fazer uma pausa para analisar o que valeu (e também não valeu) a pena durante a graduação na UFRJ. Claro que é uma análise sobre a minha perspectiva de estudante de Engenharia Eletrônica e Computação, mas acho que facilmente se aplica, na essência, para os outros cursos. Dessa forma, a intenção desse post é tentar listar os pontos fortes e fracos da faculdade e como eles, direta ou indiretamente, contribuíram para o meu crescimento e aprendizado ao longo desses 5 anos. São coisas simples que, agora, eu quero registrar para no futuro ver se elas fizeram diferença ou não. Vamos lá!

1) Os professores bons são realmente bons - Isso parece óbvio, e talvez realmente seja. Quando tiramos os professores que estão ali para fazer número e os que não foram demitidos simplesmente porque são funcionários públicos em um país que é basicamente impossível ser demitido sendo funcionário público concursado, sobra aqueles que são capazes de fazer a diferença, que enfrentam as dificuldades, as limitações e são capazes de transferir o conhecimento para os seus alunos. Esses então são responsáveis por fazer aquelas pequenas guinadas no meio da faculdade em que você fala "essa aula valeu a pena" ou "realmente deu para aprender algo". Acho que a mensagem deles é: não importa onde você esteja, você é capaz de fazer a diferença.

2) Os professores ruins também tem (muito) a ensinar - Além do fato deles lentamente te ensinarem a odiar pessoas de alto escalão que simplesmente estão ali para cumprir número e começar a se questionar como uma pessoa dessa consegue se manter com um emprego, eles ensinam uma lição preciosíssima: aprenda a se virar sozinho. Seja cobrando muito em provas nas quais eles simplesmente usam as aulas para bater papo ou simplesmente sendo eles mesmos (isso é, criando dificuldades para coisas que não precisam ser difíceis), eles são capazes de construir tanto uma insatisfação eterna quanto uma vontade de ser independente. A primeira oferece um senso crítico aguçado e também um senso de justiça: Você já vai ter se ferrado tanto que talvez não vá replicar quando for a sua vez de comandar algo; o segundo faz com que você não fique passivo frente aos obstáculos e sempre busque um caminho.

3) Burocracia e Burrocracia - Com o tempo, você também aprende a diferenciar o primeiro (que é necessário e parte da brincadeira) com o segundo (que está lá apenas para alguém não trabalhar). Você entende que tem pessoas que vão simplesmente apenas criar dificuldades, ao invés de propor soluções. E, se tudo der certo, você passa a ser do grupo que procura caminhos, ao invés de problemas. E, no longo prazo, isso deve fazer alguma diferença.

4) Execução - Por ser muito cobrado, acho que você se acostuma a não fazer coisas simples, a entregar pouco. Você aprende a sempre tentar fazer uma coisinha a mais, dar um detalhe especial, se esforçar um pouquinho a mais. Assim, eu acredito que a diferença final envolva muito a qualidade, se você não perder o foco de atacar objetivamente os problemas. Por ter sido treinado com um grau de desafio grande, quando você enfrenta problemas "mundanos", vai estar mais bem preparado.

Dessa forma, apenas espero que os anos tenham valido a pena para criar o que tanto gostam de falar de "diferencial". Em breve vou descobrir a verdade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário