quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Uma conversa sobre Liderança

O que é ser um líder?


Com essa pergunta, eu começo esse post.

Não escondo que sempre almejei (almejo e almejarei) uma posição de "liderança" nos grupos do qual faço parte. "Ascender rumo ao topo e lá permanecer". Não confundam, por favor, com "querer mandar em todo mundo e fazê-los deles os seus servos". Se for pra organizar algo, gosto de dar as minhas ideias, gosto de fazer parte e até tomar a iniciativa, se precisar. Gosto de agir pelo bem do grupo. Gosto de ver se está "todo mundo okay e preparado" para as situações. Gosto de estar na frente, de liderar, de mostrar o caminho, de inspirar os outros. Gosto de ensinar aos outros um ou dois truques de um cão velho, assim como gosto de aprender pelos hábitos, manias e talentos de cada um.

O objetivo principal é aprender. Observar e aprender...Cada um é um indivíduo único (clichêzão), com suas motivações, aspirações, sonhos, objetivos e peculiaridades. Portanto, cada pessoa oferece uma experiência única de convivência e aprendizado mútuo, mesmo que seja com os erros e absurdos da personalidade dela.

Sempre tentei ter o mínimo de bom senso e controlar os conflitos... Acho que consegui aprender alguma coisa em Eletrônica I, II e III sobre trabalho em equipe. Aliás, digo que prefiro trabalhar em grupo do que sozinho. Um grupo bem montado, bem dividido, quando a soma das partes gera um todo maior que a soma individual de cada uma delas (entenderam? é tipo um 1+1 = 3 graças a sinergia do grupo!). Infelizmente, meus amigos em Eletrônica IV (amigos mesmo, porque me aceitaram sabendo que eu não ficaria no grupo por muito tempo) terão que se virar... mas eles conseguirão facilmente, porque são da Eletrônica!

Se eu posso ter cometido algum erro, acho que foi sempre o de permanecer "com o mesmo grupo". Tudo bem que a gente se acomoda, mas acho, agora, que todos os grupos dessas aulas deveriam ser misturados. Sempre. Direto. Assim, no mínimo, aprenderíamos a trabalhar uns com os outros e nos adaptar. Adaptação é a palavra-chave. Imagina só que divertido cada experiência de laboratório um grupo novo? Caos e improviso total... Gambiarra não é uma das definições da Engenharia?

Ser um líder é uma bênção ou um fardo?

Eu, sem pestanejar, responderia que é um pouco de ambos. Afinal, o mundo não é preto e branco... é cinquenta tons de cinza.

Um fardo, porque, um bom líder, na minha opinião, vai se sacrificar por aqueles à sua volta. Sim, sacrifícios. Ele vai tomar a dianteira e, além de fazer a sua parte do trabalho, ajudar os outros no que for possível. Ele vai "perder tempo" analisando cada um dos membros do seu grupo, pensando que tarefa cada um deve desempenhar. Ele não necessariamente ficará com o trabalho mais difícil - quem disse que o líder é o melhor do grupo? - mas ele vai quebrar a cabeça para aumentar a eficiência do grupo. Veja bem: Ele se sacrificará pelo grupo - isso, na minha opinião e caso ele seja um líder decente. Ele tentará manter todos unidos, juntos... e isso tem um preço.

(Parênteses rápido: Eu me divirto pensando que, se eu juntasse todos os meus amigos, o caos seria formado. Eles são bem diferentes, tem visões diferentes do mundo e podem - inclusive - não suportar a presença de outros amigos meus, justamente por causa dessas diferenças. O que eu acho disso tudo? Divertido! Variedade de amigos faz a visão do mundo se expandir. Uma bela lição sobre tolerância.)

Uma bênção porque, no fim, sabemos que a melhor parte do prêmio fica com o líder do grupo, da matilha, dependendo de como seja feita a divisão. Isso sem contar os méritos, a honra que pode existir (se é que alguém nesse mundo ainda dá valor pra honra...), ou a simples satisfação de ver um trabalho bem feito e um grupo feliz. Existe a parte "material" (os espólios, no fim) e o "imaterial" (satisfação moral, mental).

Pessoalmente, gosto de ajudar alguém a crescer, a superar uma dificuldade. Sei que de longe não sou a pessoa mais propícia a ensinar qualquer coisa a qualquer pessoa, mas tento, com sinceridade, fazer a minha parte. Se eu puder dar um mínimo empurrão, então o mínimo empurrão será dado.

Eu gostaria de entender mais sobre o comportamento dos indivíduos. Acho isso extremamente interessante. Talvez porque minha mãe aplique aqueles testes de Psicólogos que praticamente parecem uma leitura mental dos pacientes. Eu já li alguns livros sobre o assunto e achei-os todos extremamente interessantes. Pretendo falar deles no blog, ainda.

Quem é o líder?

Como o mundo não é necessariamente uma coisa bela, a disputa pela liderança pode ser sangrenta, muito sangrenta. Escrevo essa parte, porém, apenas no âmbito da teoria e usando meu pouco conhecimento de "disputas de poder".

Dependendo de como o grupo é dividido, o líder pode ser desde o "cara mais competente" até "o cara que consegue manter todo mundo junto". Acho que o primeiro caso se aplica melhor aos grupos pequenos... Na faculdade, pelo menos, reparei que os "líderes" de cada um dos sub-grupos é sempre a pessoa mais capaz de desempenhar a tarefa. É, então, a pessoa que conduz os outros pelo caminho que ele conhece melhor. Ou, pelo menos, é a pessoa que se importa em tomar a iniciativa. O segundo caso me parece ser aquela coisa mais "política". Satisfazer a todos é uma fina e difícil arte.

Vale lembrar, porém, que nem sempre o líder é o cara que "conversa". Pode ter alguém dando as ordens - que parece dar as ordens - enquanto outro apenas observa e, num instante, muda tudo, simplesmente se tiver vontade. Falo isso para não ter a ideia de "líder é o cara que distribui" as ordens... por mais estranho que isso possa soar.

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Na McGill, um dos meus objetivos é fazer uma matéria chamada "Leadership". Sim, "Liderança". Conhecendo-me como apenas eu me conheço, eu sei exatamente o "tipo" de patamar profissional que eu quero alcançar. Obedecer - algumas vezes - não é ruim, mas eu quero ter a capacidade de entender e liderar outros seres humanos. Acho que é muito mais uma ciência do que um dom, a Liderança, mas não nego que talvez exista muito do segundo.

Saber como lidar com outros seres humanos não é importante apenas na Engenharia para saber comandar um grupo... é importante na vida. Diplomacia é o caminho. Ou você já ganhou alguma coisa - que não um inimigo, machucados e futuras brigas - enfrentando alguém loucamente de frente? Boa sorte brincando de "dar socão" em parede, eu prefiro deslizar pelas brechas.

Não pensem, mais uma vez, porém, que eu sou um revoltado que não sabe "não assumir o posto de líder" (aposto que a dupla negativa fritou o cérebro de alguém!). Desde que esse outro alguém prove que é o mais propício ao cargo, não vejo problemas. Aliás, como eu disse lá em cima, liderança pode ser um fardo. Na maioria das vezes é, eu acho. Mas alguém precisa carregá-lo! Glória e honra tem um preço, claro!

Gostaria de ouvir a opinião de vocês, leitores! =)




segunda-feira, 26 de novembro de 2012

1 - O Mago

Então você vai ficar vagando por aí, sem rumo, para sempre?
Então você vai simplesmente seguir o caminho que o seu coração mandar?
Então você viverá carregando nada, sem objetivos?
Você será para sempre um tolo, sempre na busca do aprendizado, mas nunca aprendendo?

Chega o momento em que o Tolo precisa "parar" na sua viagem e agir. Não dá para simplesmente apenas andar, andar e andar. Está na hora de ação. Determinação!


O Mago é exatamente isso. O Mago segura a sua varinha com uma mão, convocando o poder dos céus para os seus efeitos. Os objetos em sua mesa representam diferentes aspectos. Reparem que tem uma moeda (diamond - ouro), uma adaga (espada), uma taça (cup - copas) e um "porrete" (club - paus), os 4 naipes do baralho...

Ser um Tolo pode até ser agradável por algum tempo, mas tem hora que precisamos colocar os "planos em ação". O Mago representa o momento de canalizar as energias em prol dos objetivos. O Mago se permite criar através da Imaginação, sem pré-conceitos. Porque Magia é Vontade. Não se limita, não se dobra.

O Mago também representa a determinação para começar um novo objetivo. Convicção, Autoconfiança, Objetividade.

Se o Tolo é o Primeiro Passo, então o Mago é a Primeira Ação Objetiva.

Se alguém já recomeçou uma jornada, então é a mesma hora de iniciar novos planos, novos hábitos, novas atitudes. Já que é pra "recomeçar do zero" e do "pó", ou pelo menos recomeçar de algum ponto, que seja feito deixando a imaginação e a criatividade fluírem, então!

Permitindo-me um pouco de egocentricidade: Eu já iniciei algumas atividades que, tempos atrás, eu nem pensaria em fazer... Então, proporciono a vocês, que me conheceram no passado, um pouco de surpresa e um pouco de risadas com as novas atividades: Voltei a malhar (por que eu tinha parado mesmo?), voltei a correr (por que eu tinha parado mesmo?) e, como a academia tinha várias aulas (it's freeeeeeeee) comecei a fazer Spinning (muito divertido!), aula de Dança (gangman style!) e até Bodyjumping (não consegui fazer um único abdominal no fim da aula!), sem contar as aulas de piano! Todas essas atividades eu chamo de "Operação Canadá", aliás.

O principal objetivo em fazer todas elas? Aproveitar o tempo me divertindo, me ocupando, aprendendo e crescendo. E, claro, cuidar da minha saúde. Viver até os 100 anos, pelo menos, é um dos meus objetivos!

O Mago então é isso... Após começarmos a caminhar, temos que fazer novos planos, traçar novos objetivos. Precisamos da determinação para começar novos planos... 

Então, ficam, além do post, perguntas: O que é capaz de te motivar? O que te faz ir pra frente, depois de todo um dia cansativo? Que tal começar algo de novo? :)

PS: Tive a ideia de associar cada amigo meu com uma carta do Tarot. Cada amigo, um símbolo, uma lição a ser aprendida. Será que é possível?

domingo, 25 de novembro de 2012

Por que correr é bom?

Um dos hábitos que eu tenho, ou pelo menos venho adquirindo, é a caminhada / corrida. Eu pensei em até falar que é um dos meus poucos hábitos "não masoquistas" (percebam a ironia e a brincadeira!) mas, depois de correr "até morrer", acho que ele se classifica nessa definição.

Comecei a caminhar sem muita pretensão (tenho nenhuma até agora) e era mais para passar o tempo do que por qualquer coisa. Eu já li alguma coisa que pode ser resumida como "nos primeiros 30 minutos, é bem entendiante andar ou correr. Depois desse tempo, o seu corpo libera algum hormônio de prazer e tudo fica tranquilo". Então, o maior "problema" pros iniciantes, eu acho, é bem simples: Como aguentar os primeiros 30 minutos?

No começo, correr é muito chato, mas não é impossível. Ouvir música é bom, muito bom, desde que não seja uma música arrastada. Uma coisa que eu percebi foi que no começo eu fazia tudo errado. Eu me matava para correr 45 min, numa velocidade mediana, ao invés de correr 25 min "rápido". Quem não ficaria entediado depois de correr 45 min?

Uma outra coisa que eu acho muito importante, principalmente para quem tá começando, é a "companhia". Chama um amigo que nunca andou para te acompanhar e, mesmo que talvez você ande ou corra mais devagar, você vai correr por mais tempo enquanto conversa e com certeza vai ser bem mais proveitoso do que fazer tudo sozinho. Eu sempre tento chamar os meus amigos, mas eles são todos folgados sedentários com experiências e joelhos traumáticos, mimimi!

Então, contarei a minha experiência: No começo eu corria muito e devagar. Era um tédio profundo. Corri muito tempo assim, sabe-se lá como. Agora, eu passei a correr menos tempo, com maior intensidade. Estou treinando para a corrida de 5 km da Adidas (daqui a duas semanas) e a motivação só cresce cada vez mais.  O principal motivo é que, após ver que as coisas estão dando certo e os resultados acontecendo, posso cada vez correr mais, cansando menos. É como se fosse um "ciclo vicioso", só que agradável: Você começa a correr, vai melhorando o condicionamento, pode correr mais, condicionamento melhora ainda mais...

Hoje, por exemplo, pra deixar registrado, eu fiz o que eu chamo de "volta-ida-volta-ida-volta" na praia de Icaraí, no meu ritmo de corridinha, que eu acho que deve dar por volta de 5 km, em uns 35 min. Então acho que estou preparado para a corrida. E o fiz ouvindo rádio, tocando coisas aleatórias, sem parar para descansar. :D

Então deixo aqui o convite para quem quer começar a correr e falta apenas motivação - ou companhia - para correr. Acredite, é bom: Você começa devagar, mas daqui a pouco você vai gostar do esforço, do cansaço e de ver o seu corpo crescendo e se tornando mais forte. No fim, se torna uma atividade bem legal, além de ser um benefício enorme para a sua saúde!

sábado, 24 de novembro de 2012

Tique Taque

Então chega aquele momento em que a "contagem regressiva" começa a soar na sua mente. Hoje é dia 24 de novembro, então, como viajo dia 28 de dezembro, ainda tenho 1 mês e 4 dias no Brasil...

Uma parte de mim deseja que o tempo passe rápido, que chegue logo o dia da viagem, sem mais problemas, sem mais burocracia. Uma outra parte, porém, me diz de um modo bem simples que eu tenho que curtir cada segundo desses "últimos dias" antes da viagem. Afinal, será um ano lá. Um ano completo e eu tenho certeza que eu voltarei diferente. O quão diferente eu não sei, mas a experiência de vida em outro país vai me moldar de algum modo. 

É como dizem... quando começamos uma jornada, não temos a mínima ideia de onde vamos parar. A decisão de "começar" nos leva por um caminho completamente diferente de qualquer plano que podemos ter feito. Porém, eu acho que essa é a parte mais legal de tudo: Andar rumo ao desconhecido! Infinitas possibilidades, infinitos caminhos! Claro que tem que ter um pouco de coragem (afinal, o medo está sempre presente) mas... do que eu estou realmente abrindo mão? O que tenho risco de perder? Vejo que é isso que eu quero / preciso...

Começo a pensar no que eu estou "abrindo mão". Mas aí penso que eu já vivi com essas coisas que "vou abrir mão" e reclamei delas por um bom tempo, então sentir "saudade" talvez mostre o lado bom delas. 

"Sem mimimi" é um dos meus lemas no momento. Vou ganhar muito mais do que estou supostamente "abrindo mão".

Então, me sinto cada vez mais preparado para essa aventura. A ansiedade cresce, mas ela está controlada. Quero gastar cada um desses últimos segundos me divertindo e criando as memórias que me darão força para permanecer lá, em qualquer momento de dificuldade que eu posso encontrar. 

Porém, de uma coisa eu tenho certeza: Não vou desistir, não vou recuar. 

Apostei alto e quero recolher o meu prêmio.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

McGill (aleatoriedades) - Parte I

Enviado pelo nosso amigo Leonardo Backer Mendes. 
Começo esse post com a imagem acima, para causar reflexão. O que define a faculdade ser "a melhor" ? Mais dinheiro? Prestígio em pesquisa? Um bom programa de mestrado e doutorado? Uma boa posição no ranking?

Vamos aos fatos: Segundo o QS Ranking (que eu nem me dei o trabalho de olhar quais são os critérios e tal), a McGill é a 18ª Universidade... do MUNDO. A de Toronto, "coitada", é a 19ª. British Columbia? Segunda página e 45ª! Eu poderia gritar "chuuuuuuuuupa!" mas... não faz sentido. Só não vamos confundir "reputação" com "qualidade" e com "momento de fazer a piada para esnobar". McGill é foda e ponto. :)

Isso tem algum significado? Eu, sinceramente, acho que não. Do 1 ao 500, todo mundo lá no mesmo patamar de "somos os melhores do mundo". Okay, talvez não 500, mas uns 100 vai! Só que cada uma dessas segue a "filosofia do país". No Brasil, por exemplo, acho que nos tornamos mestres da flexibilidade, da auto-aprendizagem e da gambiarra.

Então podemos olhar o ranking da Engenharia Elétrica e fazer uma comparação em relação ao curso (já que o curso que eu vou fazer lá é o que me importa, no fim). Toronto vai pra 23, British Columbia 38, Waterloo 46 e McGill 49! Que absurdo! Absurdo... que não é importante.

Para critério de comparação, a UFRJ é 333 no geral e 172 em "Engenharia e Tecnologia". Em Engenharia Elétrica, ela tá em 101-150. Não é uma distância absurda!

Meu ponto é o seguinte: Pouco importa. As univeridades são tops. Sairei de uma top do Brasil para uma top do Canadá. E a universidade é muito mais do que um ranking que alguém cria com critérios sabe-se lá quais são. Depende do aluno. Depende do aluno! Depende do aluno!

Então, agora me focarei nos aspectos da McGill e "arredores":

A McGill se localiza em Montreal, província de Quebec, no Canadá.

Primeiro, Quebec: Lá, eles gostam de falar francês, também. Na verdade, o francês é a "língua oficial" (lei) e o inglês a secundária. Acho que, na prática, falam ambas e o inglês ainda é o inglês (quem é a França mesmo?). Pra trabalhar com o público, porém, li que precisava do Francês (motivos óbvios!).

Então, ponto positivo pra Montreal: Supostamente poderei treinar o Francês. Quando e onde? Não sei. Supostamente, também, eu deveria arranjar amiguinhos das universidades francófonas. Na prática? Sei lá.

Em Quebec, além disso, a idade pra beber é 18 anos, ao invés de 21. Tenho 21 mesmo, então não faria muito diferença para mim. Só um detalhe.

Montreal: Ah... "minha querida Montreal". A cidade é culturalmente efervescente (nossa, duas palavras bonitas juntas!). Dizem que as atividades mudam a cada semana. Além disso, ficarei no centro dela, onde existem infinitos bares, restaurantes, pubs, casas noturnas... festa o tempo todo!

"Até parece que tu não vai estudar, Léo. Tá tentando enganar quem?" Ah sim, é claro que eu vou estudar. Minha grade já está até montada. Eu, que queria puxar 3 matérias, agora vou puxar 5 e "ver o que dá". :)


Se tudo der certo, são essas aí que eu farei. Até que o horário tá bonitinho! Quase simétrico! :)

Sim, farei aula de "Liderança"! Ora, um Engenheiro precisa aprender a mandar no pessoal. Importante pensar "fora da caixa". Então, se eu for "pensar fora da caixa", é mais um motivo para ir para uma universidade que foca mais em outros aspectos, que eu julgo mais importante do que "saber fazer contas e projetar que nem um doido". ;D

Eu poderia falar também um monte de coisa sobre o alojamento que vou ficar, mas deixo apenas o link para quem se interessar em ler: New Residence Hall.

Deixo, apenas, um trecho sobre ela: "New Residence Hall is just steps away from the downtown business core, as well as numerous art galleries, museums, the metro system (subway), Montreal's world-famous underground shopping centers, and fabulous entertainment and restaurants. It is also within walking distance of the Quays of the Old Port - one of the world's major historic ports."

Resumo: O alojamento fica num local super bacana. Acessem o site, vejam o vídeo do alojamento que vocês poderão ver a televisão na grande sala pra reunir o pessoal, o quarto e a mesa de sinuca. =)

Isso é o que eu tenho para falar por enquanto! Acho que as coisas ficarão muito mais interessantes quando eu chegar lá.

Abraço!

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Veni, vidi, vici


Hoje, dia 19 de novembro, é o dia do resultado oficial do intercâmbio! Claro que, no fim, é apenas mais uma etapa burocrática de todo o processo (considerando que eu já recebi a carta de aceite e também a carta que eu teria apoio financeiro do governo para sobreviver no Canadá), mas esse é o primeiro dia que eu me permito postar alguma coisa relacionada ao intercâmbio (principalmente para evitar qualquer tipo de surpresa desagradável). Hoje é dia de comemorar! Então eu decidi contar toda a história do intercâmbio de um modo simples e... usando memes!

No começo todo o meu plano era tentar para o segundo semestre de 2013: a UFRJ tava em greve e eu vi ali uma oportunidade de estudar que nem um louco para o TOEFL. Voltei a estudar inglês, entrei no curso só pra ter acesso ao livro e aos CDs de áudio (eu sabia que se eu fosse fazer isso em casa, sozinho, não ia ser muito produtivo) e aproveitei o "tempo de folga" para estudar, estudar e... estudar.

Ao mesmo tempo, comecei a assistir palestras no fundão sobre o intercâmbio, mas...

Rent Is Too Damn High - the number of stupid questions is too damn high

Então, após assistir duas palestras com as pessoas perguntando as mesmas coisas e sem informações novas, decidi que era a hora de focar o tempo em outra coisa. Pessoal parece que não tinha metade do cérebro e tinha o comportamento de "mamãe resolverá tudo para mim".

Aí começou a sequência de eventos divertida: Quando fui marcar a prova do TOEFL, falei com o meu pai e tal, vi uma data (perfeita, em novembro) mas fui deixar rolar para me "inscrever na semana seguinte". E vocês acham que na semana seguinte a mesma data estava ali? Claro que não... E sabe por que? Porque sou sortudo.

Slowpoke - sem datas do toefl disponíveis... e agora?

Ativando o meu "modo slowpoke obsessivo", eu fiquei um pouco maluco por não ter data. Comecei a entrar todos os dias no sistema para ver se alguma data aparecia. E apareceu! 21 de Setembro, cinco dias antes do meu aniversário. Presentão, né?

O melhor presente, porém, foi o fato que agora, se eu tivesse sorte, eu poderia me inscrever para o primeiro semestre de 2013, ao invés do segundo! Ora, se fosse pra ter aula em Janeiro, que fosse no Canadá, então! Que se dane perder um semestre na faculdade, ninguém se forma em 5 anos mesmo!

Acelerando um pouco a história, eu tive um problema com prazos... O meu resultado do TOEFL sairia um dia depois do prazo máximo de inscrição na UFRJ. Eu poderia "rodar" logo no começo do processo, mas...

Success Kid - faz o toefl no último dia possível resultado sai antes do que deveria!

E não apenas isso! O resultado veio melhor do que o esperado! 111 de 120! Claro que isso gera um problema, "problema" que eu carinhosamente chamo de "Problema de Primeiro Mundo das Pessoas do TOEFL 100+":

Enviado pelo nosso amigo Leonardo Backer Mendes.

É claro que essa era uma preocupação, por mais absurda que ela possa aparecer! Toronto, Vancouver ou Montreal? Onde eu me divertiria no próximo ano? O que eu queria aproveitar lá fora? Quais os prós e contras de cada uma? Faria real diferença estudar Engenharia Elétrica em cada uma delas? Quais eram as minhas prioridades?

Pensar, pensar e pensar e, no fim, escolhi a McGill! Pretendo fazer um post sobre ela depois, apresentando os meus "argumentos" (e algumas curiosidades sobre a faculdade!).

Com a "Ordem do Destino" decidido (McGill [Montreal], University of Toronto [Toronto] e British Columbia [Vancouver]) eu deixei que o destino rolasse os dados a partir dali. Sim, minha "ordem de preferência" foram as três maiores do Canadá. Quem quer voar alto não pode sonhar baixo! Se fosse para apostar, que fosse um "all in" com estilo. Eu não tinha nada a perder, mesmo...

Após a inscrição oficial, no órgão canadense de intercâmbio (CBIE) o objetivo agora...

Enviado pelo nosso amigo Leonardo Backer Mendes.

O tempo pareceu passar devagar, mas foi só uma questão de tempo mesmo! Logo logo a carta chegou e eu estava "semi-aceito". Depois, veio a "carta do dinheiro" (comprovante do financiamento e da bolsa) e então praticamente tudo estava decidido! Só faltava o dia 19 de Novembro...

E o dia chegou...

Então...





EU VOU PARA O CANADÁ!


sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Por que eu gosto de videogames? Parte I

Deixando um pouco assuntos dramáticos de lado, decidi falar sobre algo que eu considero bem legal: videogames! Okay okay, faz um bom tempo que eu não jogo as "coisas mais novas" (mesmo com o ps3 dando mole em casa) e não estou muito ligado nos jogos mais recentes (na verdade, acho que eles não tem mais a mesma magia daqueles jogos do passado...).

Mas o ponto aqui não é falar porque o jogo X é pop, tem gráficos bons, jogabilidade de gente... é mostrar como um jogo pode oferecer uma experiência muito além do entretenimento - se você decidir ao invés de apertar apenas um botão prestar atenção na história. Então, na minha mente, surgiram dois jogos de plataformas diferentes, que eu joguei em épocas diferentes e com mentalidade diferentes. Fiquei na dúvida para decidir entre qual eu escolheria fazer o primeiro post, então decidi talvez pelo de qualidade "inferior" (e no final do post vocês vão se tocar que, se esse de agora é o "ruim", o outro é muito bom). Aliás, esse jogo foi inclusive bastante influente em alguns detalhes do próprio blog, como vocês perceberão adiante...




Daqui pra baixo, é só SPOILER! Já que a maioria que vai ler nunca jogou (e nunca jogará) e quem conhece o jogo conhece a história, então acho que não teremos problemas quanto a esse detalhe.



Tales of the Abyss



Da esquerda para direita: Anise, Natalia, Jade, Guy, Mieu (coisa voando), Luke e Tear!

A série "Tales of", pelo que eu entendi, sempre tem uma história construída em torno de um "tema" que eles definem no começo do jogo. Nesse, o tema é "To Know the Meaning of One's Birth". Então, com esse tema um tanto quanto filosófico, acho que preciso explicar alguns pontos do jogo antes de chegar no ponto que eu quero.


O jogo retrata a história de Luke Fon Fabre, um jovem de 17 anos de família nobre que não pode sair de casa. Sim, ele é super-protegido e não pode deixar a sua "mansão residência". Isso se deve ao fato que, quando ele ainda era criança, foi sequestrado e ficou "sumido" por algum tempo. Como ele era um nobre, sua família ficou "traumatizada" e agora o mantém preso. Essa "super proteção" é o principal fator que tornou Luke um jovem arrogante, orgulhoso e chato, muito chato. É impressionante o número de "besteiras por segundo" que ele fala no jogo com os outros personagens.

Um detalhe importantíssimo: Desde o dia do sequestro, a memória de Luke foi totalmente apagada. Quando foi resgatado desse evento, ele se lembrava de absolutamente nada. Não sabia andar, falar ou qualquer coisa do tipo. Ele teve que reaprender a fazer tudo.

O jogo começa (não se preocupem, não vou contar toda a história do jogo) quando o Luke se envolve em uma confusão na sua mansão. Pelo que eu me lembro, o mestre dele é atacado e ele começa a lutar com o "assassino". Dá uma confusão e ele vai parar do outro lado do mundo (explicações não são importantes).

O ponto é: Luke agora tá finalmente fora de casa. E o que um moleque que nunca foi pra fora de casa faz quando ele vai pela primeira vez? Besteiras, muitas besteiras, nivelando por cima. Mesmo acompanhando pela jovem Tear - a que tentou assassinar o seu mestre (mestre do Luke e, na verdade, irmão dela!!!) - que agora lhe orienta como uma mãe, Luke faz besteiras dignas de alguém que simplesmente nunca havia vivido. Exemplo: ele não paga por uma fruta que ele comeu simplesmente "porque a sua família pagaria por aquilo". Detalhe que ele não estava nem mais no mesmo país onde ele morava antes...

A história então começa a progredir. Luke é um cara importante, nobre, então, ele ter sumido não é legal. Ele ter sumido para outro país é pior ainda, porque o reino onde ele mora pensa que foi uma espécie de sequestro. Tudo piora quando o "reino" e o "império" (onde ele foi parar) estão na iminência de uma guerra. Guerra essa por um motivo curioso...

No mundo do jogo, existe uma coisa chamada Score. É uma pedra que contém o "destino de tudo". O que o pessoal faz é "ler o Score" e saber o que acontecerá no futuro. O problema é que a população do jogo se tornou dependente dessas previsões para tudo e qualquer coisa... tipo... fazer o almoço. Logo, o "reino" e o "império" simplesmente vão tentar matar um ao outro porque... está escrito no Score.

Entenderam o "absurdo" ? Uma pedra... prevendo o futuro. Malditos horóscopos! Dominaram o mundo!

Mas claro que existem as "pessoas com bom senso" que gostariam de impedir a guerra. Elas se unem e começam a fazer o possível - via diplomacia - para impedir que esse tipo de evento aconteça. Assim como existem aqueles que querem que o mundo "se exploda". E eles querem que "tudo se exploda", simplesmente para que a maldita pedra não dite o futuro.

Então, temos dois lados no jogo e nenhum deles é absurdo:
1) "Proteger" o mundo, fazendo com que o Score permaneça e seja visto apenas como UM dos caminhos.
2) "Destruir e reconstruir" o mundo, acabando com toda a palhaçada.

Algum deles está certo ou errado? Realmente pode ser meio absurdo destruir o mundo, mas, se for pra acabar com essa coisa de "falarei com uma pedra para ver se meu café da manhã será torrada com geleia ou manteiga", não parece tão absurdo.

Aliás, toda essa ideia do Score sendo uma "Ordem Religiosa" é uma crítica e tanto envolvida no jogo... pessoas presas por um destino, fazendo tudo que lhes é dito. Aliás, eles cobram - muito - por essas "leituras". Qualquer coincidência com a realidade é um mero detalhe.

Então, temos o "grupinho do bem", formado por (reparem nas leves ironias!):



Luke Fon Fabre - O nobrezinho-mimado. Começa como um babaquinha, termina como um herói. Personagem muito interessante de ver a evolução, principalmente quando TODOS abandonam ele porque ele simplesmente explode uma cidade inteira, matando umas 200 mil pessoas, por seguir o "mestre vilãozão" e encostar no que não devia. "Activate, foolish replica" é a frase marcante. Ah sim! Luke é uma "Réplica". Imaginem isso como um "clone da mesma idade" de outro indivíduo. Por isso a memória dele é um lixo: ele nunca viveu para ter memória antes de ser "criado". Todas as besteiras que ele fazia era simplesmente porque ele tinha a idade mental de uma criança... Imaginem a pressão que ele sofre durante o jogo inteiro.



Tear Grants - A garota-misteriosa que quase matou o Luke e agora ensina a ele sobre o mundo. Irmã do vilãozão. No começo é fechada, focada nos seus objetivos e blablabla. Depois, continua fechada, mas acaba se apaixonando pelo protagonista... hehe.


Jade Curtiss - O cara velho do grupo, de 35 anos, alto posto no exército do "império". Sarcástico, irônico, um pouco cruel, sempre tem uma tirada para zoar um dos personagens e sempre sabe o que está acontecendo. É o culpado por 95% da problemática de todo o jogo. Ele é que criou a teoria que permite fazer as "réplicas" (logo, seria algo como o pai do Luke).


Anise Tatlin - Menininha fofa que usa um bicho de pelúcia gigante para matar os inimigos. Tá vendida para a "Ordem Religiosa" que controla o Score, porque seus pais devem muito dinheiro para essa ordem.


Guy Cecil - O servo (sim, servo) de Luke. Jurado a protegê-lo. É traumatizado porque toda sua família/casa foi morta pela casa Fon Fabre (irônico, não é?). Ainda por cima, como ele sobreviveu apenas porque foi soterrado pelo corpo das suas empregadas, ele tem pavor de mulheres (não consegue nem ficar perto de uma).


Natalia Luzu Kimlasca-Lanvaldear - Princesa do "reino" (Kimlasca-Lanvaldear) e protetora dos fracos e oprimidos. Coração puro, bonitinha, papo filosófico e altamente teórico. No fim, não é princesa de verdade coisa nenhuma (adotadaaaaaaa), mas mantém o espírito nobre e dá uma lição de moral mostrando "o que é ser uma princesa de verdade". Pode parecer uma personagem boba e sem sal, mas com o decorrer do jogo se aprende a gostar dela.


Logo, podemos ver que todos os personagens tem sérios problemas em sua vida, isso sem conter a relação deles com os "inimigos" e tal. Isso, na minha opinião, dá um bom charme ao jogo, porque a "trama" de cada um está tão entrelaçada no jogo que cada pequeno detalhe gera um evento que relaciona dois ou três personagens... Cada um deles tem um passado "problemático" que fez com que eles se moldassem de tal maneira que, no fim, cada um carrega as suas dores enquanto luta pra salvar o mundo.

Mas peraí... se o Luke é uma Réplica... quem é o seu "original"?

Ah sim... todo o jogo ruma justamente para a pergunta lááá do começo! "Saber o significado do nascimento de alguém". Vamos entender: Luke é NINGUÉM. Ele não é o "verdadeiro Luke", ele é uma simples réplica. Por que ele existe, então?

E o que aconteceu com o "verdadeiro Luke"? Mas peraí... O "verdadeiro Luke" tinha prometido, quando criança, ficar para sempre com a Natalia! O "verdadeiro Luke", no fim, também perdeu tudo o que tinha... Ele virou um soldado, sem mais passado e sem mais futuro...

E o jogo culmina numa das cenas mais épicas que eu já presenciei num jogo... Quando o "falso" e o "verdadeiro" lutam para descobrir quem eles realmente são. Quando eles deixam de lado os rótulos e decidem se enfrentar. A minha intenção no post era realmente mostrar essa cena e esse diálogo. Lá vai:


(pulem a lutinha, é claro! Ela termina nos 8:05)

Essa cena culmina na "evolução" do "Luke Réplica". Do garoto-mimado, ao longo do jogo, ele se torna alguém responsável, um herói, que luta pelo que ele acredita e está disposto a fazer os sacrifícios necessários.

Por essa demonstração da evolução do personagem, pela complexidade de todos os personagens e da sua trama, pelo trabalho de desenvolvimento bem feito no jogo, para criar o mundo, a história e a ciência do jogo, por tudo isso Tales of the Abyss é um dos meus jogos preferidos, sem dúvida alguma.

A melhor parte é que os jogos da série "Tales of" dá para jogar com o pessoal, cada um com um personagem! 4, no total! 

Quem tá a fim de jogar? :)

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O que eu aprendi na Iniciação Científica


14 de novembro foi o dia que eu entreguei de volta a chave do laboratório para o meu professor orientador. Não foi, porém, o último dia que eu pisei no laboratório e eu tenho certeza que ainda voltarei para lá algum dia - pelo menos para dar um "oi" pro pessoal.

Minha iniciação científica, no Laboratório de Ultrassom (vulgo LUS), do programa da Engenharia Biomédica, na UFRJ, na minha opinião, serviu exatamente aos propósitos que eu esperava dele. Aliás, foi muito além do que eu esperava. Acho que é muito válido fazer uma retrospectiva e refletir sobre isso.

Eu comecei minha iniciação científica em fevereiro de 2011... Eu estava, então, no terceiro período. O que raios eu sabia no terceiro período? A resposta é simples: Nada. De eletrônica? Menos ainda. Então, eu já comecei tendo sorte em achar um lugar que me aceitasse sabendo nada. Vontade de aprender era o suficiente (e eu acho que é o mais importante, no fim).

Qual era a minha maior motivação? Bem, eu tinha começado a namorar então eu precisava de... dinheiro. Hehe, é verdade. Mercenário desde o começo! Além disso, vinha aquela sensação de "realmente, acho que tá na hora de começar a trabalhar em alguma coisa e ter o próprio dinheiro", talvez influenciado pelo motivo anterior, mas também motivado pela vontade de "colocar a mão na massa". Um pouco de "autossuficiência" não faz mal, de vez em quando. Enfim, foi o suficiente para ir procurar algum lugar. Considerando que meu irmão estava saindo da Iniciação dele (tava na hora de se formar!), então eu era um bom candidato. Como essas coisas funcionam por indicação, Nepotismo em primeiro lugar! (Não que eu tenha roubado o lugar de alguém mais competente - acredito que simplesmente não existiam outros interessados).

Então o trabalho começou. O primeiro passo foi aprender a programar em Labview, usando uma apostila, pra conseguir se "sitiar" no que o laboratório usava como linguagem principal para tudo o que ele faz. Acabou que, no fim, eu nem aprendi tanto de Labview e nem precisei realmente usar (mas sei como puxar uma DLL e colocar lá dentro!). A "coisa" mais importante que eu fiz usando Labview foi um "validador de CPF" (aulas de computação II...) usando uma DLL através do Labview. O meu trabalho começou depois desse tempo aprendendo a programar.

O Laboratório tinha interesse em usar um novo Ultrassom (na verdade, Biomicroscópio Ultrassônico, mas vamos simplificar os nomes para facilitar o entendimento...) e eu fui designado para analisar, simular e montar o circuito. Só que o que eu sabia de circuitos elétricos era... nulo. O que eu sabia sobre simulação era bem pouquinho... E eu não tinha a mínima ideia sobre como montar um circuito, na prática. Então, convenhamos, as coisas passaram a ficar relativamente divertidas a partir desse ponto.

Por sorte (sou um cara de sorte) tive pessoas dispostas a me ajudar nesse caminho. Aliás, posso dizer que o trabalho foi evoluindo assim como eu passava os semestres na faculdade. Vieram as eletrônicas, veio circuitos elétricos e as coisas se encaixavam com o que eu fui aprendendo e comecei a fazer sentido. A primeira parte foi fazer o "layout" do circuito (decidi agir como um robôzinho, confiando que o que o fabricante enviou estava correto): para quem "não é do ramo", o "layout" do circuito é "simplesmente" fazer o desenho da "placa do circuito", organizando todos os componentes e todos os fios que os ligam. O problema é que...



... quando o seu circuito tem duas páginas, é muito componente, muito fio e muitos detalhes que um iniciante não sabe como solucionar. Por sorte (já falei que sou um cara de sorte, né?) a pessoa adequada para me ajudar estava bem próxima. Com paciência, ela me explicou o "be-a-bá" e tirou todas as minhas dúvidas que surgiram no caminho, tendo a calma para repetir a mesma coisa algumas vezes até eu entender. E, então, passo por passo, o trabalho foi andando. Uma tarefa quase artística, calculada, mais parecido com um jogo de quebra-cabeça...

Mas claro que outros problemas surgem no caminho... Quando tudo estava indo no bem-bom, descobri que  um certo componente - um circuito integrado responsável por fazer uma onda senoidal - não poderia ser comprado... porque não vendiam mais. Ora, essa foi até uma parte legal. Estava na hora de... PROJETAR. Nesse momento eu já entendia alguma coisa de circuitos!

Peguei os papéis, os livros, os simuladores e corri pro abraço. Contas, modelos, borrachas moídas até arrastar a unha no caderno. E, então, eu "fiz" - peguei o modelo padrão e escalei os valores - um Oscilador de Colpitts. E não é que a belezura funcionou? Além disso, eu já estava entendendo quase que o circuito completamente. Já havia finalizado o layout com essa última "adição" do Oscilador, já havia comprado os componentes e agora era hora de fazer algo mais "bruto": SOLDAR.

Mas não eram componentes "normais", eram os chamados SMD (Surface Mounted Device) que são menores, mais delicados e por isso requerem mais cuidado para soldar. Isso significa, na prática, que eu tive que ter mais paciência e que queimei meus dedos muitas vezes, seja com o ferro de solda ou com a própria solda quente. Por sorte, não deixou marca (diferente de quando me marcaram na aula de eletrônica com um componente mega quente... mas isso é outra história [ou estória, não sei]!).

Paralelamente, tive que programar em outra linguagem ( VHDL, cujo significado é VHSIC ["Very High Speed Integrated Circuits"] Hardware Description Language) uma onda triangular. Essa linguagem, como eu já havia visto numa matéria, foi até tranquila de ser usada para aquele objetivo. O mais bonito foi ver os leds (lampadazinhas) piscando na plataforma de testes, quando tudo deu certo.

Com tudo isso, aconteceu uma coisa que eu esperava acontecer... nunca. A minha orientadora decidiu que eu deveria me inscrever no XXIII CBEB (Congresso Brasileiro de Engenharia Biomédica) e apresentar os meus trabalhos. Ora, lá estava eu no quinto período enviando dois trabalhos. Que foram aceitos. E apresentados. Tenho apenas que agradecê-la imensamente, porque foi uma experiência única que eu tive, bem no meio da minha graduação na faculdade, na área da pesquisa. E, claro, eu ganhei uma viagem com tudo pago para Porto de Galinhas (valeu Dilmãe!).

Mas, como toda jornada tem o seu começo, meio e fim, eu vejo que esse é o meu fim, antes do início de uma outra jornada. Já procurei o meu "sucessor" e agora falta ensiná-lo tudo o que ele precisa saber para conseguir trabalhar bem lá. Entre queimaduras, choques e até mesmo cortes, o saldo foi extremamente positivo. Aprendi muitas coisas, teóricas e práticas, e, o mais importante, aprendi a me virar e a me desvirar para continuar o trabalho. Aprender a andar sozinho no trabalho é uma lição essencial.

Fica aqui o meu agradecimento às pessoas que me ajudaram com os pequenos pedaços do meu trabalho durante esse 1 ano e 9 meses! Fica o meu agradecimento ao pessoal do LUS que me "suportou" durante esse tempo. Fica aqui o meu agradecimento àqueles que me ajudaram - não pretendo esquecer de cada contribuição, por menor que ela tenha sido!

:)

PS: Engraçado... Eu tinha imaginado esse post de um modo diferente como ele saiu. Prefiro como ele está agora!